sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O Sutra da Contemplação da Vida Imensurável

(Primeira parte)

Traduzido por Kalayasas, sob a Primeira e Gloriosa Dinastia Liu Sung, na Era Yuan Hwa.
O número das passagens segue aquele expresso no Shinshû Seiten (Kyôto: Higashi Honganji Shuppan Bu), 1995. Pp. 89-123.

Prefácio

[1] Assim eu ouvi.
Em certa ocasião, permanecia o Buda em Rajagrha, na Montanha Grdhrakuta, com uma multidão de Bhiksus, mil duzentos e
cinqüenta monges ao todo, mais trinta e dois mil Bodhisattvas, tendo a sua frente Manjuçri, o príncipe do Dharma.

O Rei Bimbisara é aprisionado por seu filho Ajataçatru

[2] Naquele tempo, havia na grande cidade de Rajagrha um príncipe de nome Ajataçatru. Este, seguindo as instruções de seu perverso
amigo Devadatta, aprisionou o Rei Bimbisara, seu pai, encerrando-o isolado num quarto murado por sete paredes, determinando a
todo o corpo de ministros que ninguém deveria vê-lo.
A Primeira-Dama do país chamava-se Vaidehi, e venerava profundamente o Grande Rei. Após limpa e banhada, untou seu corpo com
um denso mel, deitou farinha sobre ele e encheu seu colar com sumode uva, e secretamente entregou tudo ao rei. Ele então comeu a
farinha, bebeu o sumo de uva e então pediu por água. Tendo enxaguado a boca, juntou com reverência as palmas das mãos na direção
da Montanha Grdhakuta e, a distância, saudou reverentemente o Venerado do Mundo, pronunciando as palavras:
“Mahamaudgalyayana é meu parente, e quisera eu que ele demonstrasse compaixão e me conferisse os Oito Preceitos”. Então
Mahamaudgalyayana voou como um falcão até o rei e, dia após dia,conferiu-lhe os Oito Preceitos.O Venerado do Mundo enviou
também o Venerável Purna e mandou-o pregar o Dharma ao rei. Passaram-se assim três vezes sete dias. O rei comia farinha e mel e
ouvia o Dharma, o que tornou seu semblante alegre e pacífico.

A Rainha Vaidehi é aprisionada

[3] Então Ajataçatru perguntou ao guarda do portão: “Meu pai, o rei, continua a existir?” O guarda respondeu: “Grande Rei! A
Primeira-Dama unta o corpo com farinha e mel, enche seu colar de sumo de uva e leva tudo isso para o rei; os çramanas
Mahamaudgalyayana e Purna vêm aqui através do ar para pregar o Dharma ao Rei, o que não posso impedir”.
Ouvindo estas palavras, Ajataçatru encolerizou-se com sua mãe e disse: “Minha mãe não passa de uma rebelde em conluio com
rebeldes. Os çramanas são homens perversos que com magia enganadora fizeram que o rei permanecesse vivo depois de tantos dias”.
Assim dizendo, apanhou uma espada pontiaguda, tencionando matar com ela sua mãe.
Havia então um ministro chamado Candraprabha, um homem inteligente e de grande sabedoria. Em companhia de Jivaka, saudou o
rei e disse-lhe: “Grande Rei! Nós, ministros, ouvimos, a partir de uma das Sagradas Escrituras Védicas, que desde o início dos kalpas
houve dezoito mil reis perversos que, desejando o trono, cometeram parricídio. Porém, nunca ouvimos falar sobre a perversidade do
matricídio. Ó Rei! Se cometerdes este assassinato revoltante, maculareis os ksatriyas e estes ministros não suportariam ouvir sobre
isso. Tal ato é característico de um Candala, ao que não poderíamos permanecer aqui”.
Assim dizendo, os dois grandes ministros, com as mãos em suas espadas, recuaram para se retirarem. Então Ajataçatru assustou-se
angustiado, dizendo a Jivaka: “Vós não sois dos meus?”. Jivaka respondeu: “Grande Rei! Guardai-vos de cometer matricídio!”.
O rei, ouvindo tais palavras, arrependeu-se e pediu ajuda. Depôs então sua espada, renunciando ao matricídio. Ao invés disso,
ordenou aos funcionários da corte que encerrassem sua mãe em uma câmara interna e não lhe permitissem sair novamente.

Çâkyamuni visita Vaidehi

[4] Assim aprisionada, Vaidehi deixou-se abater pela tristeza e pelo pesar. Voltada para a distante Montanha Grdhakuta, ela
reverenciou o Buda, dizendo: “Ó Tathagata, Venerado do Mundo! Outrora vós sempre me enviáveis Ananda para me confortar.
Encontro-me agora abatida pelo pesar e sinto profundo desgosto por não ter a menor possibilidade de contemplar o Honrado do
Mundo, de gloriosas virtudes. Assim sendo, eu vos suplico que me envieis o venerável Mahamaudgalyayana e Ananda para que eu
possa vê-los”. Depois de pronunciar essas palavras, ela se pôs a soluçar. Verteu então uma torrentede lágrimas e saudou, de longe, o
Venerado do Mundo. Antes mesmo de ela levantar a cabeça, o Venerado do Mundo, que se encontrava na Montanha Grdhakuta,
tomou conhecimento dos pensamentos que se abrigavam no coração de Vaidehi e, imediatamente, ordenou a Mahamaudgalyayana e a
Ananda que fossem até ela através dos ares. O próprio Buda deixoua Montanha Grdhakuta e mostrou-se na câmara interna do Palácio
Real.
Após prostrar-se em saudação, Vaidehi ergueu a cabeça e viu o Venerado do Mundo, o Buda Çâkyamuni. Seu corpo tinha a cor do
ouro brunido e tinha por assento um lótus de cem jóias. Mahamaudgalyayana postava-se a sua esquerda e Ananda a sua direita. Indra, Brahma e os deuses protetores do mundo mantinham-se no ar, fazendo chover flores celestiais portoda a parte e apresentando
oferendas.
Tão logo Vaidehi percebeu o Venerado do Mundo, tirou seu colar e prostrou-se ao solo. Gemendo e soluçando, disse ela ao Buda:
“Venerado do Mundo! Que antiga falta fez-me dar à luz tão mau filho? E quais os condicionamentos kármicos, ó Venerado do
Mundo, que vos fizeram parente de Devadatta?”.

Vaidehi aspira pelo ir-nascer na Terra Pura de Amida

[5]“Ah! Venerado do Mundo! Suplico-vos que me explaneis, de maneira ampla, a respeito de um local isento de sofrimento e de
tribulações. É meu desejo ir nascer em tal lugar. Não desejo mais viver neste corrompido e perverso Mundo Jambudvipa. Este mundo
corrupto e maléfico está pleno de seres infernais, espíritos famintos e seres animalescos, e abundam nele os entes perversos. Quisera
eu, futuramente, jamais ouvir vozes maléficas ou contemplar pessoas más. Agora, eu me prostro diante do Venerado do Mundo, com
os cinco pontos no solo, buscando proteção e lamentando minhas faltas. Suplico ao Sol Búdico que se digne a me dispensar seus
ensinamentos e a me fazer contemplar um mundo produzido a partir de ações puras”.
Então o Venerado do Mundo emitiu luz a partir do ponto central entre suas sobrancelhas. Essa luz, que tinha a cor do ouro, expandiuse iluminando os inumeráveis mundos das dez direções do espaço, após o que recuou e fixou-se no alto da cabeça do Buda,
transformando-se numa plataforma de ouro, semelhante ao Monte Sumeru. Nesta [luz] se manifestaram todas as Maravilhosas e Puras
Terras dos Diferentes Budas. Algumas dessas Terras eram compostas de sete espécies de jóias. Outras se assemelhavam apenas a
flores de lótus. Outras eram semelhantes aoPalácio do Deva Mahesvara. Outras eram semelhantes a espelhos de cristal em que se
refletiam as Terras das dez direções. Tais foram as inumeráveis Terras dos Budas, resplandecentes e agradáveis de se contemplar,
vistas por Vaidehi, que então disse ao Buda: “Venerado do Mundo! Ainda que todas essas Terras Búdicas sejam puras e plenas de luz,
desejo ir nascer no Mundo de Suprema Alegria do Buda Amida. Suplico ao Honrado do Mundo que se digne a me ensinar o controle
do pensamento e a me explicar a atitude receptiva correta”.

A luz brota do sorriso de Çâkyamuni

[6] Nesse momento, o Honrado do Mundo esboçou um sorriso. Da boca do Buda brotaram raios de luz de cinco cores. Cada um
desses raios passou a iluminar o alto da cabeça do rei Bimbisara. Nessa hora, o Grande Rei, ainda que prisioneiro, não experimentou
obstrução no olho de seu coração e pôde contemplar, ao longe, o Venerado do Mundo. Prestou-lhe homenagem inclinando a cabeça e
a face e, sem nenhum esforço, obteveprogresso espiritual, alcançando o grau dos que jamais retrocedem.
Três ações meritórias para alcançar o ir-nascer na Terra Pura
[7]Nesse momento, o Venerado do Mundo disse a Vaidehi: “Não sabes que o Buda Amida não se encontra longe daqui? Concentra
tua mente e contempla com clareza, naquela Terra, aquele que realizou plenamente as ações puras. Vou agora te instruir de
maneira ampla, através de numerosos exemplos. Assim, todos os entes profanos do futuro que desejarem cumprir as ações puras
lograrão o nascimento na Terra Ocidental daFelicidade Suprema. Aqueles que almejarem o nascimento naquela Terra deverão, antes
de qualquer coisa, praticar as três ações meritórias. Em primeiro lugar, deverão eles cuidar de seus pais com respeito, servir seus
mestres e, com coração compassivo, abster-se de matar, praticando as dez boas ações. Em segundo lugar, deverão eles observar o
Tríplice Refúgio, guardar os Preceitos e abster-se de violar as regras da boa conduta. Em terceiro lugar, deverão acalentar o anseio
de alcançar o Despertar, crer profundamente na Lei de Causa e Efeito, ler e recitar os Sutras do Grande Veículo e exortar os demais
a trilharem o Caminho. Esses três itens são chamados de atos puros”.
Disse ainda o Buda a Vaidehi: “Não sabes agora que estas três espécies de ações são a causa verdadeira das ações puras dos Budas
dos Três Tempos, do Passado, do Futuro e do Presente?”

Vaidehi questiona sobre como visualizar a TerraPura

[8] Disse o Buda a Ananda e Vaidehi: “Há que ouvir com atenção! Há que refletir bem! O Tathagata pregará agora as ações puras em
benefício de todos os seres viventes do futuro, atormentados por esses malfeitores que são todas as espécies de paixões. Bem fizeste,
Vaidehi, em me propor tão excelente questão! Ananda, deves assimilar e guardar as palavras do Buda para as expor amplamente às
multidões! O Tathagata vai agora ensinar a Vaidehi e a todos os seres viventes do futuro como contemplar a Terra Ocidental da
Suprema Alegria. Com efeito, é graças ao Poder do Buda que é possível contemplaraquela Terra de Pureza tal como alguém que
observa sua própria imagem num espelho brilhante. Há que alcançar a suprema e maravilhosa felicidade de contemplar aquela Terra.
E é graças ao fato do coração ficar pleno de contentamento que, no momento oportuno, será alcançada a convicção de que todos os
fenômenos são desprovidos de nascimento.”
O Buda disse a Vaidehi: “Tu não passas de uma profana, as faculdades de teu coração são opacas e débeis. Desprovida da Visão
Celestial, és incapaz de ver a distância. Os Budas, os Tathagatas, dispõem de hábeis meios salvíficos especiaisque te proporcionarão
semelhante visão.”
Disse então Vaidehi ao Buda: “Venerado do Mundo! Até mesmo alguém como eu, graças aoPoder do Buda, podeagora contemplar
aquela Terra. Entretanto, como poderão os seres viventes dos tempos posteriores à Extinção do Buda, corrompidos, perversos,
privados do bem, atormentados pelos cinco sofrimentos, contemplarem o Mundo da Suprema Alegria do Buda Amida?”
As Treze contemplações

1) contemplação do ambiente

[9] Disse o Buda a Vaidehi: “Tu e outros seres sencientes deveisconcentrar-vos e, com pensamento único, voltar vossa atenção em
direção ao oeste. Como se pode contemplar? Todos os seres sencientes, exceto os que nasceram cegos – isto é, todos aqueles com a
faculdade da visão – devem contemplar o pôr do sol. Sentai-vos na postura apropriada, voltando-se para o oeste. Fixai o olhar no sol,
com um firme pensamento; concentrai vosso olhar, e não permitais que ele vague para longe do sol poente, que é como um tambor
suspenso no horizonte. Em assim fazendo, deveis ser capazes de visualizá-lo claramente, quer vossos olhos estejam abertos ou
cerrados. Esta é a visualização do sol, e é chamada de contemplação inicial”.

2) contemplação da água

[10] Deveis então praticar a visualização daágua. Imaginai então que a água é pura e cristalina. Fazei com que tal visão se torne
claramente distinta, e não deixeis que se dispersem vossos pensamentos. Após ter visualizado a água, imaginai que esta se congela.
Visualizando a transparência do gelo em toda a sua profundidade, percebei-o como lápis-lazúli. Ao alcançar tal visão, imaginaique o
chão é composto desta gema e que brilha magnificamente, por dentro e por fora. Sob este assoalho, e suportando-o, existe um
estandarte de sete gemas inquebrantáveis, que se estende para as oito direções, de maneira que seus oito lados são perfeitamente
alinhados. Cada um destes lados é adornado por uma centena de gemas, e cada qual emite mil raios de luz, e cada raio de luz possui
oitenta e quatro mil cores. Estes [raios], quando refletidos sobre o assoalho de lápis-lazúli, são como mil kotisde sóis, tão ofuscantes
que não se pode vê-los detalhadamente.
Sobre o solo de lápis-lazúli, existem cordasdouradas entrelaçadas transversalmente; sete gemas marcam seus limites, de maneiraclara
e distinta. Cada jóia possui luzes de quinhentas cores. A luz assemelha-se a uma flor, ou às estrelas e à lua; suspensa no céu,
transforma-se numa plataforma luminosa, na qual existem dez milhões de pavilhões feitos de uma centena de gemas. Ambos os lados
desta plataforma são adornados por uma centena de kotisde estandartes floridos, e por infinitos instrumentos musicais. Enquanto oito
brisas puras surgem da luz e tocam os instrumentos, proclamam a verdade do sofrimento, do vazio, da impermanência e da
insubstancialidade. Esta é a visualização da água e é chamada de segunda contemplação.

3) Contemplação do Solo

[11] “Quando tiverdes atingido esta contemplação, visualizai cada objeto claramente, sem que a imagem se perca, quer vossos olhos
estejam abertos ou fechados. Exceto quando estiverdes dormindo, mantende-a sempre em mente”.
“Aqueles que visualizarem desta forma terão uma percepção geral do solo da Terra da Suprema Alegria. Se obtiverdes este samadhi,
vereis este solo de maneira tão clara e distinta que será impossível descrevê-lo em detalhes. Esta é a visualização do solo, e é chamada
de terceira contemplação”.
O Buda disse a Ananda: “Guarda estas palavras do Buda, e para o benefício das multidões de seres que no futuro vierem a buscar
libertação de seu sofrimento, expõe este método de visualização do solo. Os que alcançarem a contemplação do solo desta terra, terão
extinguido o mau Karma acumulado durante oito kotisde kalpasdo Samsara, e ao abandonarem seus corpos certamente renascerão
na Terra Pura. Não duvida disto. Praticar desta forma é chamado de Correta Contemplação, e praticar de outra forma é incorreto”.

4) Contemplação das Árvores

[12] O Buda disse a Ananda e Vaidehi: “Quando tiverdes alcançado a visualização do solo, deveis então contemplar as árvores de
jóias. Visualizai uma por uma e então formaia imagem de sete fileiras de árvores, cada qual com oito mil yojanas de altura e
adornada com folhas e flores como as sete gemas. Cada flor e folha possuem a cor de uma gema diferente. Das flores cor de lápislazúli, brota uma luz dourada. Das flores cor de cristal brota uma luz vermelha. Das flores cor de ágata brota uma luz safira. Das
flores cor de safira brota uma luz verde e perolada. Coral, âmbar, e todas as outras gemas servem como ornamentos luminosos.
Esplêndidas redes de pérolas cobrem as árvores. Entre as redes que cobrem cada uma das sete fileiras de árvores, existem quinhentos
kotis de palácios adornados com belas flores, como o palácio dorei Brahma, onde todas as crianças celestiais vivem naturalmente.
Cada uma destas crianças veste um ornamento feito de quinhentos kotis de gemas çakrâbhilagnamani, cujos raios iluminam uma
centena de yojanas, como cem kotis de sóis e luas brilhando ao mesmo tempo, o que torna impossível descrever a cena em detalhes.
Muitas gemas misturam-se, produzindo as mais belas cores.
As fileiras destas preciosas árvores estão igualmente dispostas, e é uniforme o espaçoentre suas folhas. Por entre as folhas revelam-se
maravilhosas flores das quais brotam espontaneamente frutos como as sete gemas. Cada folha possui vinte e cinco yojanas, tanto em
comprimento quanto em largura. Assim como os ornamentos celestiais, as folhas possuem milhares de cores e uma centena de formas.
Destas árvores surgem flores maravilhosas, que possuem a cor do ouro do rio Jambu e giram como rodas de fogo em meio às folhas.
Brotam delas diversos frutos, como se brotassem do vaso de Indra. Há uma magnífica luz que se transforma em flâmulas e
estandartes, [sobre] infinitas e preciosas abóbadas. Nestas preciosas abóbadas podem ser vistos reflexos de todas as atividadesbúdicas
através de um triquilhocosmo. As terras búdicas nas dez direções também se refletem ali. Após ter observado estas árvores, deveis
ainda contemplar cada detalhe nesta ordem: os troncos, os galhos, as flores e frutos. Fazei com que seja clara e distinta vossavisão de
cada detalhe. Esta é a visualização das árvores, e é chamada de quarta contemplação“.

5) Contemplação das Águas

[13] “Em seguida contemplai as águas, da seguinte forma. Na Terra da Suprema Alegria, existem oito lagos, cada qual feito das sete
jóias. A água brota a partir de uma delicada e majestosa gemacintamanie forma catorze córregos. Cada um destes córregos possui a
cor das sete gemas; suas margens são feitas de ouro e a areia de seu leito é feita de variegados diamantes. Em cada córrego há sessenta
kotis de flores de lótus como as sete gemas, redondas e simétricas, medindo doze yojanas de diâmetro. A água da jóia manicorre por
entre as flores e ao redor das árvores. Suas ondas produzem os mais belos sons, que proclamam a verdade do sofrimento, do vazio, da
impermanência, da insubstancialidade e dos paramitas, e reverencia ainda as características físicas e marcas dos Budas. Da majestosa
gema cintamanibrota uma esplêndida luz dourada, que se transforma em pássaros com as cores de uma centena de gemas. As canções
destes são de bela melodia, louvando semprea rememoração do Buda, do Dharma e do Sangha. Esta é a visualização da água das oito
excelentes qualidades, e é chamada de quinta contemplação”.

6) Contemplação Geral

[14] “Em cada região desta terra preciosa, há quinhentos kotis de pavilhões de tesouros, nos quais infinitos Devas executam músicas
celestiais. Existem ainda instrumentos musicais suspensos no arque, como aqueles dos preciosos estandartes celestiais, produzem
notas espontaneamente, mesmo quando não há quem os execute. Cada nota proclama a virtude da rememoração do Buda, do Dharma
e do Sangha. A realização desta contemplação é chamada de percepção geral das árvores de jóias, do solo de jóias e dos lagos de
jóias da Terra da Suprema Alegria. Esta é uma contemplação geral, e é chamada de sexta contemplação.“ Aquele que percebeu tais
objetos livrar-se-á de um karma extremamente pesado, acumulado durante inumeráveis kalpas, e decerto irá, ao término de sua vida,
renascer naquela terra. Praticar desta forma é chamado de Correta Contemplação, e praticar deoutra forma é incorreto”.

7) Contemplação do Trono de Lótus

[15] Disse o Buda a Ananda e Vaidehi: “Ouvi cuidadosamente e refleti profundamente. Devo, a partir de agora, expor-vos o método
de eliminação do sofrimento. Carregai na mente minhas palavras e exponde-as às multidões de seres”. Ao proferir tais palavras, o
Buda Amitayus surgiu de pé, pairando sobre eles no ar, acompanhado pelos Bodhisattvas Avalokiteçvara e Mahasthamaprapta, que se
posicionavam à sua esquerda e direita, respectivamente. A luz era tão brilhante que era impossível vê-los em detalhes. Eram
incomparáveis mesmo a cem mil pepitas de ouro do rio Jambu. Após esta visita de Amitayus, Vaidehi ajoelhou-se aos pés de
Çâkyamuni, reverenciando-o e dizendo: “Honrado do Mundo, através de vosso poder fui capaz de contemplar Amitayus e os dois
Bodhisattvas, mas como poderão vê-los os seres sencientes do futuro?”
O Buda disse a Vaidehi: “Os que desejarem ver o Buda, devem realizar a seguinte contemplação. Devem formar a imagem de uma
flor de lótus sobre o solo das sete gemas. Devem então visualizar cada pétala desta flor como se possuísse as cores de uma centena de
gemas e oitenta e quatro mil veios, como nas pinturas celestiais, e de cada um dos veios brotam oitenta e quatro mil fachos de luz.
Devem visualizar cada um de maneira clara e distinta. Cada pequena pétala possui duzentos e cinqüenta yojanas tanto em
comprimento quanto em largura e,como dito, cada flor possui oitenta e quatro mil pétalas. Entre cada uma das pétalas, existe uma
centena de kotis da excelsa gema cintamani, como adornos iluminados. Cada gema manilibera mil fachos de luz que são como
abóbadas. A superfície do solo é inteiramente coberta pela reunião das sete gemas”.
“O caule desta flor de lótus é feito da gema çakrâbhilagnamani, e é decorado por oitenta mil diamantes, gemas kinçuka, brahmamani
e também por redes de maravilhosas pérolas. Quatro colunas de preciosos estandartes erguem-se espontaneamente, cada qual
parecendo tão grande quanto cem bilhões de kotisde Montes Sumerus. Sobre as colunas existe uma abóbada semelhante à do palácio
existente no Paraíso de Yama. Esta também está adornada por quinhentos kotis de excelentes jóias, e de cada uma brotam oitenta e
quatro mil raios ofuscantes, brilhando em oitenta e quatro mil diferentes tons de dourado. Cada uma dessas luzes envolve esta excelsa
terra e por toda a parte transmuta-se em várias formas, como plataformas de diamantes, redes de pérolas e variegados ramos de flores.
De acordo com os desejos de alguém, esta luz pode tornar-se qualquer coisa em qualquer das dez direções, realizando as atividades
búdicas. Esta é a visualização do Trono de Lótus, e é chamada de sétima contemplação”.
O Buda disse ainda a Ananda: “Esta majestosa flor de lótus foi originalmente produzida pelo poder do Voto Original do Bodhisattva
Dharmakara. Aqueles que desejam visualizar o Buda Amitayus devem primeiramente praticar esta contemplação do Trono da Flor.
Não se deve realizá-la de maneira desordenada. Visualizai os objetos um por um – cada pétala, cada gema, cada raio de luz, cada
caule e cada estandarte. Deve-se procurar ver todas estas imagens de maneira tão clara e distinta quanto se estivéssemos olhando
nossa própria imagem refletida no espelho. Realizada tal contemplação, será extinto o mau karmaacumulado durante cinqüenta mil
kalpasdo Samsara. Aquele que praticar desta forma, certamente há de renascer na Terra da Suprema Alegria. Praticar desta forma é
chamado de Correta Contemplação, e praticar de outra forma é incorreto”.

8) Contemplação da Imagem de Amida

[16] Disse o Buda a Ananda e Vaidehi: “Após terdes contemplado isto, deveis então visualizar o Buda. Perguntais como? Os Budas e
os Tathagatas são os corpos do mundo do Dharma e adentram a mente contemplativa de todos os seres sencientes. Por isso, quando se
contempla um Buda, a mente adquire em seu formato as trinta e duas características físicas e as oitenta marcas secundárias. Assim,
quando a mente visualiza o Buda, torna-se Buda ela própria. Um oceano de Budas iluminados e perfeitos surge assim em nossa
mente. Por tal razão, deve-se concentrar com devoção, e contemplar profundamente o Buda, o Tathagata, o Arhat, o Perfeitamente
Iluminado.“
“Ao se visualizar o Buda, deve-se primeiramente formar Sua imagem. Quer vossos olhos estejam abertos ou fechados, vede a imagem
doBuda adornada por gemas, da cor do ouro do Rio Jambu, e sentado em um trono de flores. Quando tiverdes visto esta imagem do
Buda sentado, o olho de vossa mente se abrirá, e vereis clara e distintamente os sete objetos gloriosos e adornados por gemas da Terra
da Suprema Alegria, incluindo o solo adornado por gemas, os lagos adornados por gemas, as fileiras de árvores adornadas por gemas
e cobertas com redes de gemas, que se espalham pelo céu. Percebei-as tão clara e distintamente como um objeto que segurais na
palma de vossa mão”.
“Após terdes visto Sua imagem, visualizai à esquerda do Buda uma enorme flor de lótus. Fazei com que seja como a descrita
anteriormente, e então [visualizai] uma outra flor, desta vez à Sua direita. Visualizai o Bodhisattva Avalokiteçvara repousandosobre o
assento de flores à esquerda do Buda, liberando uma luz dourada semelhante à imagem búdica acima descrita. Vede então o
Bodhisattva Mahasthamaprapta repousando sobre o assento de flores à direita do Buda.”
“Quando tiverdes alcançado tal visão, vereisimagens do Buda e dos Bodhisattvas liberando raios dourados, que iluminarão as árvores
adornadas por gemas. Sob cada árvore haverá também três flores de lótus com imagens de um Buda e dois Bodhisattvas repousando
sobre elas, de maneira que toda a terra esteja repleta de tais imagens”.
“Quando tiverdes atingido esta visão, deveis perceber que os riachos, raios de luz, árvores de preciosidades, gansos, patos, e assim por
diante, todos expõem o maravilhoso Dharma. Quer meditando ou não, ouvireis sempre o maravilhoso Dharma. Ao despertar da
meditação, deveis lembrar-vos do que ouvistes e, não esquecendo tais palavras, confirmá-las nos sutras. Se [o que ouvistes] não
estiver de acordo com os Sutras, deve então ser chamado de ilusão.Se estiver de acordo [com os Sutras, o que ouvistes] deve ser
chamado de percepção geral da Terra da Suprema Alegria. Esta é a visualização das imagens búdicas, e é chamada de oitava
contemplação. Se alcançardes tal percepção, o mau karma acumulado durante infinitos kotisde kalpasdo Samsaraserá extinto.
Haveis ainda de obter, em vosso presente corpo, o samadhida Rememoração Búdica”.

9) A Contemplação do Próprio Amida

[17] Disse o Buda a Ananda e Vaidehi: “Após terdes realizado tal contemplação, deveis então sentir as características físicas ea luz
de Amitayus. Ananda, deves saber que o corpo [de Amida] é tão brilhante como milhares de milhões de kotisde pepitas de ouro do
rio Jambu do paraíso de Yama, e que sua altura é de seiscentos mil kotisde nayutasde yojanasmultiplicados pelo número de grãos de
areia do Ganges. O cacho de cabelos brancos que lhe cai à direita, por entre suas sobrancelhas, é tão alto quanto cinco Montes
Sumeru. Seus olhos são puros, e tão amplos quanto os quatro grandes oceanos, sendo o azul e o branco bem distintos. Todos os poros
de seu corpo transbordam luz, tão magnífica quanto o Monte Sumeru. Sua auréola é grande como centenas de kotis de triquilhocosmo.
Nesta auréola residem Budas no corpo de manifestação, tão numerosos quanto um milhão de kotis de nayutas multiplicados pelo
número dos grãos de areia do Ganges. Cada Buda é acompanhado por inumeráveis e incontáveis bodhisattvas em corpo de
manifestação”.
“O Buda Amitayus possui oitenta e quatro mil características físicas, e cada qual possui oitenta e quatro mil marcas secundárias de
excelência. Cada marca secundária emite oitenta e quatro mil raios de luz, e cada raio é tão forte a ponto de iluminar as terras das dez
direções. Assim o Buda guarda e protege a todos aqueles que se rememoram dele, sem deixar ninguém de lado. É impossível
descrever em detalhes estes raios de luz, características físicas e marcas, Budas em corpo de manifestação e assim por diante. Mas
podes, entretanto, vê-los claramente com os olhos de tua mente, através da contemplação.”
“Aqueles que os tiverem sentido, verão todos os Budas das dez direções. Como podem ser contemplados todos os Budas, esta
[contemplação] é chamada de O Samadhi da Rememoração Búdica. Diz-se que alcançar esta contemplação é contemplar os corpos de
todos os Budas e, ao fazê-lo, contempla-se ainda a mente búdica. A mente búdica é a Grande Compaixão, que abarca todos os seres
humanos com incondicional benevolência. Aqueles que praticarem esta contemplação irão, após suas mortes, renascer na presença de
todos os Budas, alcançando a compreensão do não-surgimento. Por tal razão, os sábios devem concentrar seu pensamento na
visualização de Amitayus.”
“Ao contemplá-lo, faze-o a partir de uma de suas características físicas. Visualiza somente o cacho de cabelos brancos entre suas
sobrancelhas, até que possas vê-lo de maneira clara e distinta. Aofazê-lo, todas as oitenta e quatro mil características manifestar-se-ão
espontaneamente. Quando vires Amitayus, verás também inumeráveis Budas das dez direções, e receberás de cada um uma predição
sobre tua futura condição búdica. Esta é a percepção geral de todas as características físicas do Buda, e é conhecida como a nona
contemplação. Praticar desta forma é chamado de Correta Contemplação, e praticar de outra forma é incorreto”.

10) A Contemplação de Avalokiteçvara

[18] Disse o Buda a Ananda e Vaidehi: “Após terdes visto Amitayus de maneira clara e distinta, deveis visualizar o bodhisattva
Avalokiteçvara. Sua altura é de oitenta kotis de nayutas de yojanas. Seu corpo é de um dourado púrpura, e no topo de sua cabeçahá
um pequeno monte cercado por uma auréola, com um raio de centenas de milhares de yojanas, na qual existem quinhentos Budas no
corpo de manifestação. Cada um destes se assemelha a Çâkyamuni, e é acompanhado por quinhentosBodhisattvas em corpo de
manifestação e por infinitos devas. No círculo de luz que emana de todo o Seu corpo, surgem iluminadas as várias marcas e formas de
todos os seres que vivem nos cinco caminhos da existência. Traz em sua cabeça uma coroa celestial feita por gemas
çakrâbhilagnamani, na qual se encontra, de pé, um Buda no corpo de manifestação, medindo vinte e cinco yojanas de altura.
A face do bodhisattva Avalokiteçvara é da cor do ouro do Rio Jambu, enquanto a mecha de cabelos que lhe cai por entre as
sobrancelhas possui as cores das sete gemas, e dela brotam oitenta e quatro mil raios de luz. Em cada um destes raios habitam
infinitos e incontáveis centenas de milhares de Budas em corpo de manifestação, cadaqual acompanhado por infinitos Bodhisattvas
em corpo de manifestação, todos manifestos à vontade e de diversas formas, ocupando por completo os mundos das dez direções. Sua
aparência é comparável à cor de flores de lótus vermelhas. Ele veste uma guirlanda que libera oitenta kotis de maravilhosos raios de
luz, nos quais se refletem todos os objetos maravilhosos daquela Terra. As palmas de suas mãos são da cor de quinhentos kotis de
variegadas flores de lótus. Nas pontas de seus dez dedos existem oitenta e quatro mil marcas semelhantes a sinetes, cada qual com
oitenta e quatro mil cores. Cada cor, por sua vez, emite oitenta e quatro mil delicados raios de luz, que iluminam todos os seres. Com
suas mãos adornadas por gemas, dá as boas vindas e guia os seres sencientes.
Quando ergue seus pés, a marca de rodas do dharma com mil raios é deixada no solo espontaneamente, e se converte em um pedestal,
que emite quinhentos kotis de raios de luz. Ao abaixar seu pé, espalha por todo o lugar flores de diamante e jóias mani, pelo que todas
as coisas são simplesmente cobertas. Todas as características físicas e marcas que ele possui são idênticas às do Buda, exceto pela
elevação que possui no topo de sua cabeça, no lugar mais alto e invisível, diferentes daquelas do Honrado do Mundo. Esta é a
visualização das verdadeiras características físicasdo Bodhisattva Avalokiteçvara, e é chamada de décima contemplação.
O Buda disse então a Ananda: “Aqueles que desejam ver o Bodhisattva Avalokiteçvara devem realizaresta exata contemplação. Os
que a alcançarem não sofrerão infortúnio algum, mas serão libertados de obstáculos kármicos, tendo extinguido o mau karma
acumulado durante inumeráveis kalpas do Samsara. Se tão somente ouvires o nome deste bodhisattva, obterás méritos imensuráveis.
Desta forma, quão maior seria o mérito que virias a adquirir sepudesses visualizá-lo com clareza! Aqueles que desejam ver o
Bodhisattva Avalokiteçvara devem antes de qualquer coisa visualizar a elevaçãono topo de sua cabeça, e em seguida sua coroa
celestial. Devem então visualizar as outras características físicas em ordem, de maneira clara e distinta, como se contemplassem um
objeto na palma de suas mãos. Praticar desta forma é chamado de Correta Contemplação, e praticar de outra forma é incorreto”.

11) Contemplação de Mahasthamaprapta

[19] “A seguir, visualizai o Bodhisattva Mahasthamaprapta. As dimensões deste Bodhisattva são as mesmas de Avalokiteçvara. Sua
auréola, de duzentos e vinte e cinco yojanas de diâmetro, brilha a uma distância de duzentos e cinqüenta yojanas. A luz que emana de
seu corpo ilumina os mundos nas dez direções, fazendo-os brilhar como um dourado púrpura. Esta luz pode ser vista por todos que
possuam com ele afinidades kármicas. Mesmo que alguém veja a luz que emana apenas de um dos poros de sua pele, poderá perceber
as puras e gloriosas luzes dos inumeráveis Budas dos dez quadrantes. É por isso que este bodhisattva é chamado de “Luz Infinita”. É
com a luz desta sabedoria que ele ilumina a todos os seres, fazendo com que se afastem dos três venenos e adquiram inigualável
poder. Por isto é chamado de “Aquele que possui Grande Poder”. A coroa celestial deste Bodhisattva é enfeitada por quinhentas
majestosas flores de lótus, e cada qual possui quinhentos majestosos pedestais. Em cada um destes se revelam as puras e
resplandecentes terras búdicas das dez direções, com todas as suas características gloriosas e sem limites.”
A elevação em sua cabeça, no formato de um broto de lótus, possuisobre si um majestoso vaso. Este é cercado por várias luzes que
revelam todas as atividades búdicas. Suas outras características são exatamente iguais as de Avalokiteçvara. Ao caminhar, este
bodhisattva [Mahasthamaprapta] faz tremer todos os mundos nas dez direções, e onde quer que a terra venha a tremer, surgem
quinhentos kotis de majestosas flores, cada qual tão bela e brilhante como as flores da Terra Suprema Alegria. Ao sentar, este
Bodhisattva faz com que tremam ainda todas as sete majestosas terras. Desde aterra búdica da Luz Dourada no nadir, até a terra
búdica do Monarca da Luz no zênite, todas as terras tremem ao mesmo tempo. Os corpos manifestos de Amitayus, Avalokiteçvara e
Mahasthamaprapta tal qual infinitas partículas de poeira, unem-se como sob o formato de nuvens no céu da Terra da Suprema
Alegria. Preenchendo toda a abóbada, eles repousam sobre os assentos de lótus, e expõem o Maravilhoso Dharma, no intuito de
resgatar do sofrimento todos os seres. Praticar desta forma é chamado de Correta Contemplação, e praticar de outra forma é incorreto.
Esta visão do Bodhisattva Mahasthamaprapta’, também conhecida como Contemplação das características físicas de
Mahasthamaprapta, é chamada de décima primeira contemplação. Ela extingue o mau karma acumulado durante incontáveis e
imensuráveis kalpas do samsara. Aqueles que praticam tal contemplação não mais serão sujeitos ao nascimento a partir do ventre,e
poderão aventurar-se pelas puras e maravilhosas terras búdicas. Estas contemplações são chamadas de Contemplações Gerais de
Avalokiteçvara e Mahasthamaprapta.

12) A Contemplação dos Próprios Aspirantes

[20] “Após terdes realizado tal contemplação, visualizai a vós mesmos renascendo na Terra Ocidental da Suprema Alegria, sentados
de pernas cruzadas sobre uma flor de lótus. Visualizai esta florfechada; a medida em que se abre, quinhentos raios de luzes coloridas
iluminam vosso corpo; então abri vossos olhos e vede Budas e Bodhisattvas pairando no céu, e escutai o barulho das águas, dos
pássaros e das árvores, e as vozes dos Budas, todos expondo o Maravilhoso Dharma segundo as doze divisões das escrituras. Quando
despertardes desta meditação, mantende em mente tais coisas e não as esqueçais. Vê-las desta forma é chamado de Visualização da
Terra da Suprema Alegria do Buda Amitayus. Esta é uma contemplação geral, e é chamada de Décima segunda Contemplação.
Infinitos Amitayus em corpo de manifestação, ao lado de Avalokiteçvara e Mahasthamaprapta, estarão sempre junto aos que
contemplam desta maneira”.

13) A Contemplação de Amida e dos Dois Bodhisattvas

[21] Disse o Buda a Ananda e Vaidehi: “Os que desejam sinceramente renascer na Terra Ocidental, devem primeiramente visualizar
uma imagem de seis palmos de altura, na superfície de um lago. As dimensões de Amitayus são, como descrito anteriormente, além
do escopo mental de seres ordinários. No entanto, através do poder do Voto Original do Tathagata, aqueles que o contemplarem
certamente terão sucesso. Podeis adquirir méritos imensuráveis simplesmente visualizando a imagem daquele Buda. Assim, o quão
maior não seria o mérito que viríeis a adquirir se pudésseis visualizar todas as suas características físicas!”
“Amitayus, exercendo seus poderes sobrenaturais à vontade, pode manifestar-se livremente e de diversas formas nas terras das dez
direções. Por vezes pode manifestar-se como uma grande imagem, ocupando toda a abóbada; outras vezes pode fazê-lo através de
uma pequena imagem, de apenas seis ou oitopalmos de altura. As imagens através das quais [Amitayus] se manifesta são todas da cor
do puro ouro. Os Budas em corpo de manifestação e as majestosas flores de lótus na auréola de cada uma das formas manifestas são
as descritas acima.”
“Os Bodhisattvas Avalokiteshvara e Mahasthamaprapta são sempre idênticos. Os seres sencientes podem distinguir um do outro
apenas através das marcas em suas cabeças. Estes dois Bodhisattvas auxiliam Amida [em sua missão] de salvação universal. Esta éa

contemplação mesclada, e é chamada de Décima terceira contemplação”. 

Fonte: http://jardimdharma.org.br/apostilas/sutra/15_sutra_vida_imensuravel.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário