De O Su t ra da Flor de L ót u s da L ei Maravi lh osa
t radu ção de Marcos U bi rajara de Carvalh o e Cam arg o. - São Pau lo:
Edi t oram a, 2009.
368 p.
Capitulo XXIV
O Bodh i sat t va Som Maravi lh oso
Naqu ela ocasião, o Bu da Sh ak y am u n i em i t iu u m a lu z da prot u berân cia sobre su a cabeça, a
m arca de u m a g ran de pessoa e u m a radiân cia em an ou do t u f o de cabelos bran cos en t re su as
sobran celh as, i lu m in an do t erras Búdicas por t oda a part e ao lest e, ig u ai s em n úm ero aos g rãos
de areia de cen t o e oi t o m i ríades de k ot i s de n ay u t as de Rios Gan g es.
Para além daqu eles m u n dos, h avia u m m u n do ch am ado Adorn ado com Pu ra L u z . Naqu ele
m u n do ex i st ia u m Bu da ch am ado Sabedoria do Rei da Con st elação Pu ra Flor , T at h ag at a,
Merecedor de Of ert as, de Con h ecim en t o Corret o e U n iversal , Cu ja Clarez a e Con du t a São
Perf ei t as, u m Bem -aven t u rado qu e Com preen de o Mu n do, Sen h or Su prem o, Herói
Di scipl in ado, Mest re de Seres Celest iai s e Hu m an os, Bu da, Hon rado pelo Mu n do. Ele era
reveren t em en t e cercado por u m a g ran de m u l t idão de in con t ávei s Bodh i sat t vas para os qu ai s
ele h avia preg ado o Dh arm a. A lu z qu e f oi em i t ida do t u f o de cabelos bran cos do Bu da
Sh ak y am u n i i lu m in ou aqu ela t erra.
Naqu ela ocasião, n a t erra Adorn ada com Pu ra L u z , h avia u m Bodh i sat t va ch am ado Som
Maravi lh oso, qu e h avia plan t ado por u m lon g o t em po as raíz es da vi rt u de f az en do
of erecim en t os e aprox im an do-se de i l im i t adas cen t en as de m i lh ares de m i ríades de k ot i s de
Bu das e t in h a at in g ido com plet am en t e a prof u n da sabedoria.
Ele h avia obt ido:
O Sam adh i da Marca do Est an dart e Maravi lh oso,
O Sam adh i da Flor de L ót u s da L ei Maravi lh osa,
O Sam adh i da Pu ra V i rt u de,
O Sam adh i da Diversão do Rei da Con st elação,
O Sam adh i da Não-af in idade,
O Sam adh i da Com preen são da Fala de T odos os Seres V iven t es,
O Sam adh i do Acúm u lo de T odos os Méri t os e V i rt u des,
O Sam adh i da Pu rez a,
O Sam adh i da Aleg re Peram bu lação das Pen et rações Espi ri t u ai s,
O Sam adh i da T och a da Sabedoria,
O Sam adh i do Esplen dor Real ,
O Sam adh i da Pu ra L u z ,
O Sam adh i do Pu ro T esou ro,
O Sam adh i da Di st in ção e
O Sam adh i da Revolu ção do Sol .
Ele obt eve t ão g ran des sam adh i s com o est es, ig u ai s em n úm ero aos g rãos de areia de cem
m i l m i ríades de k ot i s de rios Gan g es.
Qu an do a lu z do Bu da Sh ak y am u n i i lu m in ou o seu corpo, ele im ediat am en t e f alou ao Bu da
Sabedoria do Rei da Con st elação Pu ra Flor , diz en do: “Hon rado pelo Mu n do, i rei ao m u n do
Sah a para reveren ciar , aprox im ar-m e e f az er of erecim en t os ao Bu da Sh ak y am u n i e para ver o
Prín cipe do Dh arm a Bodh i sat t va Man ju sh ri , o Bodh i sat t va Rei da Medicin a, o Bodh i sat t va
Doador I n t répido, o Bodh i sat t va Rei da Con st elação Flor , o Bodh i sat t va Men t e da Prát ica
Su perior , o Bodh i sat t va Rei do Adorn o e o Bodh i sat t va Medicin a Su perior”.
Naqu ela ocasião, o Bu da Sabedoria do Rei da Con st elação Pu ra Flor di sse ao Bodh i sat t va
Som Maravi lh oso: “V ocê n ão deve m en osprez ar aqu ela t erra ou con siderá-la in f erior . Bom
h om em , o m u n do Sah a é desig u al , seu ch ão, pedras e m on t an h as est ão replet os de im u n dícies e
dem ôn ios. O corpo do Bu da é h u m i lde e pequ en o. Os Bodh i sat t vas t am bém são pequ en os n o
t am an h o. Seu corpo t em qu aren t a e du as m i l y ojan as de al t u ra. Meu corpo t em sei scen t as e
oi t en t a m i ríades de y ojan as de al t u ra. Seu corpo é soberbo e eret o, com cem m i l m i ríades de
bên çãos, belo, su t i l e leve. Port an t o, se você f or , n ão desprez e aqu ela t erra, seu Bu da,
Bodh i sat t vas, ou seu s lu g ares”.
O Bodh i sat t va Som Maravi lh oso di sse ao Bu da: “Hon rado pelo Mu n do, eu i rei ag ora ao
m u n do Sah a e t u do i st o se deve ao poder do T at h ag at a, à aleg re peram bu lação das pen et rações
espi ri t u ai s do T at h ag at a; e aos adorn os dos m éri t os, vi rt u des e sabedoria do T at h ag at a (182)”.
182. Signif ica que se trata de um meio hábil, “um ef eito” pr oduzido pelos poder es do Buda para ensinar a Lei.
En t ão, o Bodh i sat t va Som Maravi lh oso, sem se levan t ar do seu assen t o, seu corpo im óvel ,
en t rou em sam adh i . Com o poder do sam adh i , ele ch eg ou ao Mon t e Gridh rak u t a, n ão lon g e do
lu g ar do assen t o do Dh arm a. Ele, en t ão, criou , por t ran sf orm ação, oi t en t a e qu at ro m i l f lores
de lót u s de joias, su as h ast es de ou ro de Jam bu n ada, su as f olh as de prat a, seu pi st i los de
diam an t e e seu s cál ices de joias k u m sh u k a. O Prín cipe do Dh arm a Man ju sh ri , ven do as f lores
de lót u s, perg u n t ou ao Bu da: “Hon rado pelo Mu n do, qu al é a raz ão dest e presság io, esses
m u i t os m i lh ares de m i ríades de f lores de lót u s, su as h ast es de ou ro de Jam bu n ada, su as f olh as
de prat a, seu s pi st i los de diam an t e e seu s cál ices de k u m sh u k a?”.
Naqu ela ocasião, o Bu da Sh ak y am u n i di sse a Man ju sh ri : “O Bodh i sat t va Mah asat t va Som
Maravi lh oso, acom pan h ado de u m séqu i t o de oi t en t a e qu at ro m i l Bodh i sat t vas (183), deseja
vi r da t erra do Bu da Sabedoria do Rei da Con st elação Pu ra Flor para est e m u n do Sah a para
f az er of erecim en t os, aprox im ar-se e f az er reverên cia a m im . Ele t am bém deseja f az er
of erecim en t os e ou vi r o Su t ra da Flor de L ót u s da L ei Maravi lh osa.”
183. Af irma-se ser 84.000 o númer o de caracter es do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa, podendo
entender-se que “Som Maravilhoso” é o seu título, isto é, o líder desse séquito.
Man ju sh ri di sse ao Bu da: “Hon rado pelo Mu n do, qu e boas raíz es est e Bodh i sat t va
plan t ou , qu e m éri t os e vi rt u des ele cu l t ivou para t er est e g ran de poder de pen et rações
espi ri t u ai s? Qu e sam adh i ele prat icou ? Eu rog o para qu e o Bu da dig a-n os o n om e dest e
sam adh i . Nós t am bém desejam os cu l t ivá-lo di l ig en t em en t e e, prat ican do est e sam adh i ,
serem os capaz es de ver est e Bodh i sat t va, su a aparên cia, seu t am an h o, seu s m odos
im pression an t es e o seu t rân si t o. Nós rog am os para qu e o Hon rado pelo Mu n do, at ravés do
seu poder de pen et rações espi ri t u ai s, perm i t a-n os ver aqu ele Bodh i sat t va qu an do ele ch eg ar”.
Naqu ele m om en t o, o Bu da Sh ak y am u n i di sse a Man ju sh ri : “O T at h ag at a Mu i t os T esou ros,
qu e passou à ex t in ção h á m u i t o t em po, em su a con sideração, m an i f est ará esses sin ai s.”
O Bu da Mu i t os T esou ros, en t ão, di sse ao Bodh i sat t va Som Maravi lh oso: “Bom h om em ,
ven h a cá! O Prín cipe do Dh arm a Man ju sh ri deseja vê-lo em pessoa”.
O Bodh i sat t va Som Maravi lh oso, en t ão, desapareceu de su a própria t erra e, ju n t o com
oi t en t a e qu at ro m i l Bodh i sat t vas, part iu . As t erras por on de eles passaram t rem eram de sei s
f orm as di f eren t es e ch overam f lores de lót u s f ei t as dos set e t esou ros, en qu an t o cem m i l t ipos
de m úsicas celest iai s t ocaram espon t an eam en t e.
Os olh os do Bodh i sat t va eram com o as im en sas pét alas de u m lót u s az u l . Cem m i l
m i ríades de lu as ju n t as n ão su perariam a su rpreen den t e belez a da su a f eição f acial . Seu corpo
era da cor do ou ro, adorn ado com in con t ávei s cen t en as de m i lh ares de vi rt u des m eri t órias. A
lu z da su a im pression an t e vi rt u de resplan deceu com bri lh an t e esplen dor e os seu s t raços eram
t odos perf ei t os. Seu corpo era t ão sól ido qu an t o a Naray an a. Ele en t rou n u m palan qu e f ei t o
dos set e t esou ros e içou -se n o espaço à al t u ra de set e árvores sala. Com os Bodh i sat t vas
rodean do-o reveren t em en t e, ele ch eg ou ao Mon t e Gridh rak u t a n o m u n do Sah a.
T en do ch eg ado, ele desceu do palan qu e de set e t esou ros. Peg an do u m colar de con t as, de
in calcu lável valor , ele apresen t ou -se ao Bu da Sh ak y am u n i , cu rvou -se com su a cabeça aos pés
do Bu da, of ereceu o colar e di sse ao Bu da: “Hon rado pelo Mu n do, o Bu da Sabedoria do Rei
da Con st elação Pu ra Flor deseja saber se o Hon rado pelo Mu n do est á l ivre de doen ças e
preocu pações? En con t ra-se vig oroso em seu s t rân si t os? Su a prát ica é pací f ica e f el iz ? Est ão
os qu at ro elem en t os em h arm on ia (184)? Est á dan do con t a das t aref as do m u n do? São os seres
viven t es f ácei s de salvar , sem m u i t a avarez a, i ra, est u pidez , in veja, m esqu in h ez ou arrog ân cia?
Não f al t am com am or f i l ial n o relacion am en t o com seu s pai s ou são desrespei t osos com
relação aos Sh ram an as, de vi sões di st orcidas, im pu ros em seu s pen sam en t os ou sem con t role
das cin co em oções? Hon rado pelo m u n do, são os seres viven t es capaz es de con qu i st ar e
derrot ar dem ôn ios? O T at h ag at a Mu i t os T esou ros veio do rem ot o passado, den t ro da T orre de
T esou ro, ou vi r o Dh arm a? Ele t am bém deseja saber se o T at h ag at a Mu i t os T esou ros est á em
paz e seg u ran ça, l ivre de preocu pações, após lon g a perm an ên cia n o m u n do ‘Dig n o de Seres
Perseveran t es.’ (185)”
184. Faz uma clara r ef erência a um quinto elemento (k uu), signif icando a harmonia entr e os outr os quatr o
elementos (terra, ar , f ogo, água).
185. Esta é uma outra tradução para o mundo ‘Saha’. T raduz-se também como ‘Mundo da T olerância’.
“Hon rado pelo Mu n do, n ós ag ora desejam os ver o Bu da Mu i t os T esou ros. Rog am os qu e o
Hon rado pelo Mu n do n os perm i t a vê-lo.” O Bu da Sh ak y am u n i di sse ao Bu da Mu i t os T esou ros:
“O Bodh i sat t va Som Maravi lh oso deseja vê-lo”.
O Bu da Mu i t os T esou ros di rig iu -se a Som Maravi lh oso diz en do: “Ex celen t e! Ex celen t e,
qu e em prol de f az er of erecim en t os ao Bu da Sh ak y am u n i e ou vi r o Su t ra da Flor de L ót u s da
L ei Maravi lh osa, bem com o para ver Man ju sh ri e os ou t ros, você t en h a vin do aqu i”.
O Bodh i sat t va V i rt u de da Flor , en t ão, f alou ao Bu da, diz en do: “Hon rado pelo Mu n do, qu e
boas raíz es o Bodh i sat t va Som Maravi lh oso plan t ou e qu e vi rt u des m eri t órias ele cu l t ivou
para qu e t ivesse esses poderes espi ri t u ai s?”.
O Bu da di sse ao Bodh i sat t va V i rt u de da Flor: “No passado, h ou ve u m Bu da ch am ado Rei
das Nu ven s e do Som do T rovão, Tat h ag at a, San t o, Sam y ak sam bu da. Su a t erra era ch am ada
Man i f est ação de T odos os Mu n dos. Seu k alpa era ch am ado Del icioso de V er . Por doz e m i l
an os, o Bodh i sat t va Som Maravi lh oso f ez of erecim en t os de cem m i l t ipos de m úsica ao Bu da
Rei das Nu ven s e do Som do T rovão. Ele t am bém lh e of ereceu m ai s de oi t en t a e qu at ro m i l
t ig elas f ei t as dos set e t esou ros. Com o resu l t ado dest a ação, ele n asceu n a t erra do Bu da
Sabedoria do Rei da Con st elação Pu ra Flor e ag ora possu i esse poder t ran scen den t al”.
“V i rt u de da Flor , o qu e você pen sa? Poderia o Bodh i sat t va Som Maravi lh oso, qu e f ez
of erecim en t os de m úsicas e vasos de joias ao Bu da Rei das Nu ven s e do Som do T rovão, ser
qu alqu er ou t ro? Ele é ju st am en t e est e Bodh i sat t va e Mah asat t va Som Maravi lh oso.”
“V i rt u de da Flor! O Bodh i sat t va Som Maravi lh oso f ez of erecim en t os e en con t rou
i l im i t ados Bu das n o passado, por u m lon g o t em po plan t ou raíz es de vi rt u des e en con t rou
cen t en as de m i lh ares de m i ríades de k ot i s de n ay u t as de Bu das, ig u ai s em n úm ero às areias do
Gan g es.”
“V i rt u de da Flor , você vê m eram en t e o corpo do Bodh i sat t va Som Maravi lh oso com o ele
aparece aqu i . T odavia, est e Bodh i sat t va m an i f est a-se em t odos os t ipos de corpos e preg a est e
Su t ra em m u i t os lu g ares para os seres viven t es.
Ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m Rei Brah m a; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de
u m Sh ak ra; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m Deu s da Soberan ia; ele pode m an i f est ar-se
n o corpo de u m Deu s de Gran de Soberan ia; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m g ran de
g en eral celest e; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m rei celest ial V ai sh ravan a; ele pode
m an i f est ar-se n o corpo de u m Rei sábio Gi rador de Roda; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de
u m rei m en or; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m g overn an t e; ele pode m an i f est ar-se n o
corpo de u m m ag i st rado; ele pode
m an i f est ar-se n o corpo de u m m in i st ro de est ado; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m
Brah m a; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m Mon g e, Mon ja, L eig o ou L eig a; ele pode
m an i f est ar-se n o corpo da esposa de u m g overn an t e ou da esposa de u m m ag i st rado; ele pode
m an i f est ar-se n o corpo da esposa de u m m in i st ro; ele pode m an i f est ar-se n o corpo da esposa
de u m Brah m a; ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m jovem g arot o ou de u m a jovem g arot a.
Ele pode m an i f est ar-se n o corpo de u m deu s, drag ão, y ak sh a, g an dh arva, asu ra, g aru da,
k in n ara, m ah orag a, u m h u m an o ou n ãoh u m an o e preg ar est e Su t ra (186). Ele pode salvar t odos
os qu e se en con t ram n o in f ern o, den t re os espí ri t os f am in t os e os an im ai s, bem com o aqu eles
em di f icu ldades. Ele pode t ran sf orm ar-se n u m a m u lh er da cort e de u m rei e preg ar est e Su t ra.”
186. Possui, portanto, o samadhi de manif estar-se em quaisquer f ormas f ísicas ou entidades.
“V i rt u de da Flor , o Bodh i sat t va Som Maravi lh oso pode salvar t odos os seres viven t es n o
m u n do Sah a. O Bodh i sat t va Som Maravi lh oso pode, dessa f orm a, t ran sf orm ar-se em t odos
esses di f eren t es t ipos de corpos e preg ar est e Su t ra para os seres viven t es n o m u n do Sah a e
ain da assim n ada perder do seu poder t ran scen den t al de t ran sf orm ações e sabedoria.”
“A sabedoria dest e Bodh i sat t va bri lh a resplan decen t e sobre o m u n do Sah a, f az en do com
qu e cada u m dos seres viven t es g an h e com preen são. Em m u n dos n u m erosos com o as areias do
Gan g es, at ravés das dez di reções, ele f az o m esm o:
Para aqu eles qu e devem ser salvos pela f orm a de u m Ou vin t e, ele m an i f est a-se n a f orm a
de u m Ou vin t e e preg a-lh es a L ei .
Para aqu eles qu e devem ser salvos pela f orm a de u m Prat y ek abu da, ele m an i f est a-se n a
f orm a de u m Prat y ek abu da e preg a-lh es a L ei .
Para aqu eles qu e devem ser salvos pela f orm a de u m Bodh i sat t va, ele m an i f est a-se n a
f orm a de u m Bodh i sat t va e preg a-lh es a L ei .
Para aqu eles qu e devem ser salvos pela f orm a de u m Bu da, ele m an i f est a-se n a f orm a de
u m Bu da e preg a-lh es a L ei .
Dessa m an ei ra, ele m an i f est a-se de t odas as f orm as para salvá-los da m an ei ra apropriada,
at é o pon t o de m an i f est ar-se en t ran do em ex t in ção para aqu eles qu e devem ser salvos pela
m an i f est ação da su a en t rada em ex t in ção.”
“V i rt u de da Flor , t al é o g ran de poder das pen et rações espi ri t u ai s e sabedoria do
Bodh i sat t va Mah asat t va Som Maravi lh oso.”
Naqu ela ocasião, o Bodh i sat t va V i rt u de da Flor di sse ao Bu da: “Hon rado pelo Mu n do, o
Bodh i sat t va Som Maravi lh oso possu i raíz es de ben evolên cia prof u n dam en t e plan t adas.
Hon rado pelo Mu n do, em qu al sam adh i reside est e Bodh i sat t va qu e o t orn a capaz de
t ran sf orm ar-se e salvar os seres viven t es?”
O Bu da di sse ao Bodh i sat t va V i rt u de da Flor: “Bom h om em , est e sam adh i é ch am ado
Man i f est ação de T odas as Form as Fí sicas. O Bodh i sat t va Som Maravi lh oso, residin do n est e
sam adh i , pode ben ef iciar in con t ávei s seres viven t es”.
Qu an do est e capí t u lo sobre o Bodh i sat t va Som Maravi lh oso f oi preg ado, t odos aqu eles
qu e t in h am acom pan h ado o Bodh i sat t va Som Maravi lh oso, oi t en t a e qu at ro m i l ao t odo,
obt iveram o Sam adh i da Man i f est ação de T odas as Form as Fí sicas. I n con t ávei s Bodh i sat t vas
n o m u n do Sah a t am bém obt iveram est e sam adh i , bem com o o dh aran i (187).
187. Este samadhi, também chamado Flor de Lótus da Lei Maravilhosa, e que permite manif estar todos os tipos de
corpos, é o mesmo que no passado permitiu ao Bodhisattva Alegr emente V isto Por T odos os Ser es manif estar quaisquer
f ormas f ísicas, após a exposição do Sutra da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa pelo Buda Pura V irtude e Brilhante
como o Sol e a Lua. Este Bodhisattva V irtude da Flor do pr esente Capítulo 24, f oi no passado o Buda Pura V irtude e
Brilhante como o Sol e a Lua do Capítulo 23 e será o Buda Pura V irtude e Brilhante como o Sol e a Lua do Capítulo
23 do f utur o e que r etransmitirá este samadhi para o Bodhisattva Alegr emente V isto por T odos os Ser es do f utur o, hoj e
Bodhisattva Rei da Medicina. Este Bodhisattva Som Maravilhoso, transposto do r emoto passado graças aos poder es
transcendentais do Buda, que j á serviu e f ez of er endas a um imensurável númer o de Budas e que há muito plantou
raízes de virtude e encontr ou centenas, milhar es, dezenas de milhar es, milhões de nayutas de Budas iguais em númer o
às ar eias do rio Ganges; é o próprio Buda Shak yamuni do pr esente, dando consistência do princípio ao f im. Este
poder manif estado pelo Buda Shak yamuni é a V er dadeira Possessão Mútua e este samadhi e dharani chamado Flor de
Lótus da Lei Maravilhosa – Myoho-Rengue-Kyo – é a V er dadeira Entidade de T odos os Fenômenos. Os oitenta e
quatr o mil Bodhisattvas que acompanham o Bodhisattva Som Maravilhoso são os oitenta e quatr o mil caracter es do
Sutra Lótus. Cada um desses caracter es, sendo um Bodhisattva, possui a natur eza iner ente de Buda, signif icando que o
samadhi desse Bodhisattva Som Maravilhoso abrange todo o sutra. Mais ainda, a entonação do mantra-dharani
chama do Flor de Lótus da Lei Maravilhosa (Myoho-Rengue-Kyo) corr esponde a entoar o Sutra de Lótus em sua
íntegra.
Naqu ela ocasião, o Bodh i sat t va Mah asat t va Som Maravi lh oso, t en do f ei t o of erecim en t os
ao Bu da Sh ak y am u n i e à t orre do Bu da Mu i t os T esou ros, ret orn ou para a su a própria t erra. As
t erras por on de ele passou t rem eram de sei s f orm as di f eren t es, preciosas f l ores de lót u s
ch overam dos céu s e cen t en as de m i lh ares de m i ríades de k ot i s de m úsicas t ocaram .
Qu an do ele ch eg ou à su a t erra, cercado pelos oi t en t a e qu at ro m i l Bodh i sat t vas, ele
apresen t ou -se ao Bu da Sabedoria do Rei da Con st elação Pu ra Flor e di sse: “Hon rado pelo
Mu n do, est ive n o m u n do Sah a, on de ben ef iciei os seres viven t es. Eu vi o Bu da Sh ak y am u n i e a
t orre do Bu da Mu i t os T esou ros, sau dei -os e f i z -lh es of erecim en t os. Eu t am bém vi o
Bodh i sat t va Man ju sh ri , o Prín cipe do Dh arm a, bem com o o Bodh i sat t va Rei da Medicin a, o
Bodh i sat t va qu e Adqu i riu o Poder do Esf orço Di l ig en t e, o Bodh i sat t va Doador I n t répido, e
ou t ros, e possibi l i t ei a oi t en t a e qu at ro m i l Bodh i sat t vas obt erem o Sam adh i da Man i f est ação
de T odas as Form as Fí sicas”.
Qu an do est e capí t u lo sobre o t rân si t o do Bodh i sat t va Som Maravi lh oso f oi preg ado,
qu aren t a e doi s m i l seres celest iai s obt iveram a com preen são da verdade do n ão-n ascim en t o e
n ão-ex t in ção de t odos os f en ôm en os. O Bodh i sat t va V i rt u de da Flor obt eve o Sam adh i da Flor
de L ót u s da L ei Maravi lh osa (188).
188. “Flor de Lótus da Lei Maravilhosa” é o próprio título deste sutra que em sânscrito se denota por
‘Saddharma-Pundarîk a’. Quando acr escido da palavra “(Sutra) da Flor de Lótus da Lei Maravilhosa”, torna-se
‘Saddharma-Pundarîk a Sotaram’, que, em caracter es chineses, traduz-se por ‘Myoho-Rengue-Kyo’.