Hoje, 3 de outubro de 2o15, marca a data de lançamento do manifesto em
sua inteireza, após três anos e meio de trabalho preparatório para a
manifestação externa da ordem em toda sua organização.
Essa
postagem e as que seguem são exatamente os capítulos de tal manifesto que, a
exemplo dos manifestos rosacruzes de 1614, 1615 e 1616, trás ao conhecimento público a existência de uma
ordem que é interna, constituída de uma fraternidade de seres iluminados e de
trabalhadores em prol do despertar. Ela se que se manifesta de tempos em tempos no
mundo em uma forma externa, constituída de uma fraternidade de estudiosos
dedicada ao mesmo fito.
Nesta edição se explica o que é essa ordem, sua manifestação externa, seus objetivos,
métodos e fundamentos; suas origens e relações; suas similaridades e singularidades
em relação a outras ordens. Tal singularidade não é apenas a diferença entre esta e outras manifestações, mas também inclui a tese fundamental da ordem que é o elemento novo, atual e fundamento que justifica a criação de uma ordem diferente das outras. Aqui se dá nomes a suas fraternidades e fala-se dos graus
iniciáticos, também se explica ainda que não em detalhe o seu funcionamento.
O.I.T.O.
∞
No
dia 3 de abril de 2012, exatos três anos e meio, assumi o papel de O.H.O.
(cabeça externa da ordem) da O.I.T.O. - Ordem Iluminística dos Templários
Orientalistas (a sigla internamente tem outros dois ou três significados que
não podem ser ditos aqui, pois a verdadeira ordem não é de domínio público;
desse significado pode ser inicialmente sugerido que o número oito deitado
simboliza o infinito) com a missão de elaborar os círculos mais externos da
ordem, que servem de porta de entrada para os mais internos.
Esse título
comum em algumas ordens aqui não é um título “supremo” nem nada tão elevado
como alguns presumem. Pelo contrário é uma função que só cabe a um humilde
servo do que é verdadeiramente elevado e supremo, função à qual mal me atrevo a
confessar aqui, mas apenas para uma necessidade de entendimento da nossa
organização; e também função que estou
disposto a ceder ou autorizar com gratidão a qualquer um que se prove humilde
servo do supremo já capaz de desempenhar e suportar o papel reservado à função
e o “imprevisível destino” que o aguarda.
Observe
que não traduzi como se faz comumente “chefe externo da ordem”. Eu não sou o
chefe, traduzi ao pé da letra “cabeça externa da ordem”, pois é o que espero
que todos os que chegarem a determinado grau queira e possam assumir: ser um
cabeça externa da ordem.
Vou
traduzir agora o que isso significa: organizar nesse mundo através de meios
hábeis e de uma série de estudos e práticas, de acordo com a ordem interna (mas
estejamos cientes não existe de fato interno e externo tudo está e não está
aqui ao mesmo tempo, apenas não percebemos tudo), que providenciem o seguinte:
que todo aquele que se aproximar sejam suas capacidades as mais diferentes e
suas habilidades por mais débeis que sejam, consigam, se assim querem e se
esforçarem o suficiente, se desenvolver até um nível de libertação no qual pelo
menos não sejam trazidos a renascer de volta nesse mundo, mas em mundos mais
elevados onde possam continuar seu desenvolvimento com facilidade até o
despertar completo, a libertação completa.
Cabeça
é o nível mais elevado do corpo e que “toma as decisões da vontade interior”
além de reger automaticamente as funções que são naturais do corpo como o
batimento cardíaco, a imunidade, o metabolismo, a excreção, etc.. Assim é o
cabeça externa da ordem, ele toma as decisões de sua vontade interna que deve
ser justa e coerente com os objetivos últimos e supremos da ordem; e deve ter
adquirido a capacidade de obedecer automaticamente aos comandos internos
divinos, supremos, em conformidade com o objetivo e todas as funções naturais
da ordem.
A ORDEM
A
ordem em sua manifestação nesse mundo de maya conta agora com uma preparação
para todo aquele que dela se aproximar com a intenção de ver de fato. Este é um
desenvolvimento objetivo que envolve estudos, práticas e comportamentos, tanto
num receituário geral, como num particular de acordo com a necessidade de cada
estudante.
A
ordem em sua manifestação nesse mundo e como fraternidade de seres tem como
objetivo elevar os participantes a um nível de inteligência, liberdade e força
de vontade incomuns, por meios explicáveis pela ciência, neste sentido é uma
ordem esotérica e cientifica; tem o objetivo de levar o praticante a conhecer a
verdade por si mesmo e isso até a verdade última, queiram chamá-la Deus, Uno,
Adi-Buddha, Nibbana, Brahman, Mente Única ou o que seja o incondicionado; nesse
sentido embora não seja uma religião, é uma ordem religiosa. E ela quer ajudar
aos seres de todas as formas possíveis libertando-os do sofrimentos, da
ignorância, das impurezas, das dificuldades e das suas necessidades e
precariedades espirituais e mundanas, nesse sentido é uma entidade
filantrópica.
Então
quem descrever nossa ordem como sendo uma ordem esotérica, cientifica,
religiosa e filantrópica não comete erro.
Toda
ordem esotérica é composta basicamente de três círculos iniciáticos: (1) o
exotérico, ou seja, o círculo público, aberto a aprendizes e frequentadores ou
para pessoas com interesse religioso, esotérico ou de conhecimento; (2) o “mesotérico”,
círculo composto de aprendizes com real interesse em dar continuidade e
aprofundamento aos conhecimentos e treinamentos; e (3) o esotérico, o círculo
dos verdadeiramente iniciados, para dar continuidade a sua obra até o fim ou
pelo menos até sua meta estipulada e experiência profunda.
Em
nossa ordem esses círculos correspondem aos graus de conhecimento e prática de
(1) aprendiz; (2) companheiro e (3) esclarecido (no sentido de que já estudou
intelectualmente os caminhos e praticou boa parte de obtendo pelo menos certos
resultados claros que dão suporte e confiança para “andar com os próprios pés”,
ver com os próprios olhos, pelo menos o caminho e o pé da montanha a ser
escalada). Cada círculo tem suas subdivisões conforme a direção que o estudante
tomar.
A
ordem externa é composta de três graus básicos de iniciação nos estudos e
práticas chamado de graduação, antiga F.G.T.O. (nome provisório inicial) e
outras siglas de outras divisões, agora chamada O.H.E.O. (Ordem Hermética da
Estrela de Ouro), é o nome da graduação do aprendiz, ao final obtém a
“formatura”. O nome é bem sugestivo, explicitamente diz o que é nas duas
primeiras letras, uma ordem que é hermética, ou seja, uma ordenação de
ensinamentos herméticos. Hermético vem de Hermes Trismegistus e seus livros,
mas outros livros sagrados também são inicialmente desvelados e praticados
neste. Nas duas últimas letras implicitamente informa o objetivo mínimo que o
praticante deve atingir em suas práticas, pois ele deve conquistar a Estrela de
Ouro. Isto que chamamos estrela de ouro no pode ser revelado ao profano pois
falsearia nosso teste, isto é, um candidato mal intencionado ou mentido para
passar de grau poderia “fingir” ter atingido, dificultando nossa análise; é então
algo que só pode ser revelado àqueles que a atingem com certeza, com clareza
submetida a exames apurados. Esse nome é também bem sugestivo, é um anagrama
curioso resultando por exemplo em: (a) heoo (hell, inferno em inglês) que
sugere o reconhecimento do iniciante de que está mergulhado num mundo de ilusão
e sofrimento, um inferno se comparado a vida verdadeira conquistada por aquele
que desperta; (b) hooe (hoe, enxada em inglês), que significa que ele deve
ainda trabalhar muito para a libertação, para despertar, mas que agora já tem ferramenta
para trabalhar.
A primeira ordem interna, ou segunda externa,
ou círculo “mesotérico”, é chamado F.I.T.O. (o nome completo será discutido
abaixo). Esta é a pós-graduação ou “mestrado”; mas não usamos a palavra
mestrado porque não toleramos “mestres” em nossa ordem, todo aquele que devido
à ordem se auto proclamar mestre ou for proclamado por outros como mestre será
automaticamente expulso. Mestre é Buddha, é Jeshua (“Jehoshua”, “Jesus”), é
Hermes, é Lao Tse... Nela há três graus fundamentais de iniciação. As últimas
letras sugerem o objetivo mínimo a ser atingido para passar para o círculo
seguinte, o mais interno: se tornar um Templário segundo os critérios
orientais, isto é, seu corpo e mente devem se tornar um templo para a
manifestação divina, superior, do verdadeiro “Senhor do Templo”, através de
processos de purificação, lapidação, nascimento e desenvolvimento de
capacidades que o tornarão apto a, pelo menos, praticar os ensinamentos mais
elevados, mais difíceis e até mais perigosos, da etapa seguinte, e se comunicar
diretamente, mesmo que não frequentemente, com este verdadeiro Senhor desse
templo corpo e mente.
A ordem interna ou esotérica é composta de
três graus de aprofundamento e aperfeiçoamento e três graus de “mestrado” ou
pós-graduação da mesma, ou seja, um doutorado. Nela são aprendidas as práticas
mais profundas e poderosas (não há muito que se possa dizer publicamente sobre
essa graduação, mas seus objetivos e tipos de prática são mais explicados em
outros artigos e partes deste mesmo).
Assim
são nove graus ao todo. A pós-graduação pode ser cursada também simultaneamente
à graduação de aprofundamento (se a pessoa tem capacidade e disponibilidade
para tal), podendo esta ser dirigida à pesquisa ou ao ensino (no caso de
pessoas que queiram ser professores dentro da ordem ou mesmo fundar novas
ordens). Porém se o iniciado quiser dirigir sua pós-graduação em ambas as
direções ele poderá fazê-lo simultaneamente, mas depois da graduação de
aprofundamento ou, depois do aprofundamento simultâneo com a opção escolhida,
entrar no segundo mestrado. Depois desses há mais dois graus, porem não de
graduação, só de realização, a pessoa pode atingir ou não esses graus de acordo
com sua vontade e esforço, seu objetivo, e seu mérito. São graus possíveis, no
sentido de possibilidade, que temos que deixar aberto; são os dois graus de
realização máxima possíveis a qualquer real praticante. Assim a ordem ao todo
tem onze graus, nove de graduação e práticas formais e dois de realização.
APRESENTAÇÃO
DA ORDEM
O que é a O.I.T.O.?
OITO é a ordem
interna, dos realizados, despertos, libertos, chamados vulgarmente no ocidente
de iluminados e no oriente, segundo a nomenclatura que adotamos, de Buddhas
(despertos) e Bodhisatvas (despertos em algum grau que recusam a felicidade
absoluta de Nibbana ou Nirvana para permanecer ensinando o caminho para o bem
de muitos). Esse nome nós damos a essa organização por alguns chamados de loja
branca ou fraternidade da luz, entre outras, por outras ordens ou religiões.
Quando digo “nós” me refiro também a todos os seres e divindades que tornaram o
surgimento dessa ordem possível, o que deve incluir também seres de tal
realização. Aqui nós enfatizamos o caminho de realização do bodhisava e mesmo
que seja difícil para muitos chegar a tal realização é possível, para todos que
vontadeiam, ensinar desde que se preparem com o estudo prática e comportamento
exemplar para isso.
Para
chegar a tal ordem desenvolvemos um caminho de disciplina, estudo e prática que
possibilita (e relativamente em muitos casos facilita muito) chegar a um nível
de desenvolvimento e compressão em que o indivíduo entra em contato
gradativamente com esta ordem e suas práticas e realizações, ou, pelo menos (se
não conseguir desenvolver-se por ter uma vontade fraca ou treinar e estudar
insuficientemente ou qualquer outro impedimento) aprender conhecimentos,
práticas e comportamentos que abrirão mais e mais sua visão e tornará sua vida,
e seu relacionamento com este mundo, mais consciente, mais feliz e mais
equilibrada, bem como que possa compreender e antever o caminho e as
realizações com clareza.
Nossa
ordem no mundo é uma ordem iniciática, sem fins lucrativos, de caráter
religioso e esotérico, que visa o aprimoramento do ser humano no sentido de
pelo menos superar suas limitações comuns de conhecimento direto e de
capacidades de autodomínio, mas também com fim último de atingir o despertar
completo que tem sido conhecido como iluminação. Iluminação não quer dizer
receber ou ser atingido por uma luz exterior ou de um deus exterior, ou
divindades ou de outros seres de qualquer tipo, ser iluminado significa a
libertação última do nascimento e da morte, da ignorância e das emoções
inferiores; significa atingir o máximo do potencial, a luz absoluta, ou seja, o
fim de qualquer limitação da sabedoria e o fim das emoções conflitantes e
paixões mundanas, significa acordar, despertar, o budado, a buditude tornar-se
um arahant, um bodhisatva, um cristo, um desperto, “um daqueles que vê”.
Esta
luz “está” em tudo e tudo permeia, portanto ela também já está presente aqui
agora em nós, ela é a consciência sutil que utilizamos e iludidamente
atribuímos a nós mesmos ou chamamos de nossa consciência; ela é o buddhadatu em
nós, o tatagathagarba, a natureza de buddha em nós, o chestus interno, o Tau em
nós, a estrela do alvorecer. No entanto ela está obstruída por nossas impurezas,
obstáculos e conclusões errôneas; nossa mente e nossa consciência biológica está
destreinada em sua capacidade de ver por causa dos nossos hábitos distraídos e
nossas falsas impressões, ela está mal condicionada, quase totalmente em
sentido contrário a visão real e visão da natureza intima de tudo e de todas as
coisas. De fato a consciência pode ser muito maior e abranger todo o universo
(e todos os universos e toda eternidade) e mais além do conhecimento e da
fenomenalidade, transcendendo a barreira da pessoalidade e as limitações dos
sentidos, basta que para isso seja educada e treinada através de meios hábeis
para uma gradual liberação.
Assim,
iluminação no sentido mais pleno quer dizer também auto iluminação. Também não
tem a ver com o movimento histórico chamado iluminismo a não ser que em seu
grau menor e no sentido menor da palavra iluminado que é esclarecido, instruído,
experiente, veterano. Assim todos na ordem serão iluminados desde o nível comum
ou mais baixo, isto é de esclarecido e instruído até, quiçá, o nível mais
elevado, isto é, de um liberto, um desperto completamente. Então iluminado tem
a partir de então o sentido desde esclarecido até desperto. Embora saibamos que
a palavra correta para a realização é despertar, temos que usar a palavra
iluminação, no sentido daquilo que a escola proporciona, isto é, o
esclarecimento e algum grau de realização. Portanto, o indivíduo que entra em
nossa ordem, mesmo não atingindo o despertar durante sua caminhada de grau em
grau, inevitavelmente atingirá algum nível de iluminação espiritual se seguir
até o fim da graduação já que sem uma primeira realização não se pode sequer
passar do primeiro para o segundo círculo de acordo com os critérios adotados
já citados acima.
Por
fim se o objetivo último é tão elevado por que a ordem é tão modesta em seu
menor objetivo final, como foi dito acima: pelo menos superar suas limitações
comuns de conhecimento direto e de capacidades de autodomínio? Simplesmente
porque nem todos querem ou nem todos se dedicarão com a força exigida para
atingir a meta mais elevada (sem falar que muitos ainda que queiram podem não
conseguir). Não podemos fazer promessas fora da realidade como outras ordens ou
religiões, pois não damos muito mais que um ensinamento, ele precisa ser
vivenciado, exercitado, posto em prática, isso não depende apenas de nós,
depende de cada aprendiz. O desenvolvimento e a realização dependem em última
análise da força de vontade do praticante. Além do mais, entre o objetivo menor
e o mais elevado existem tantas possibilidades e realizações que qualquer uma
delas pode se tornar o objetivo pessoa. Não nos intrometemos na liberdade de
cada um de usar os ensinamentos em seu benefício como achar melhor desde que
não engane ninguém nem interfira na liberdade dos outros; não impedimos
qualquer de tomar o caminho que queira dentro dessas possibilidades, mas apenas
orientamos sobre as consequências e que cada um terá sempre que, como é
natural, aceitar a consequência dos seus atos.
O
QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O.?
Ordem: pois, principalmente, há subdivisão em graus ordenados, em uma
elevação sistemática e gradual de conhecimentos, princípios e práticas, mas
também de níveis de realização. Refere-se também a sistematização ordenada.
Também se refere à ordenação religiosa, pois a ordem também tem seu caráter
religioso, não obrigatório, mas que algumas pessoas se desenvolvem melhor dessa
forma. Assim temos os graus de praticante não ordenado como sendo Torre de
Vigilância, Cavaleiro ou Cavalheiro e Rainha ou Rei do Tempo e ou da Ordem. Em
contraste existem os graus ordenados de Torre de Vigilância (este é exceção,
pois é igual ao de não ordenado), Monge e Rei ou Rainha do Templo e da Ordem.
Sim, são como as peças do xadrez. Quem são então os (peões) trabalhadores,
soldados e vagabundos? Todos do mundo (inclusive todos nós da ordem) e os
aspirantes ao gral 0. Portanto todas as pessoas, de nosso ponto de vista de
dentro da ordem, fazem parte dela... Assim nossa obrigação é sempre esclarecê-los,
pois eles nos pedem socorro ainda que a grande maioria não saiba disso, mas nós
sabemos. Subindo nos graus da ordem é preciso lembrar que nela ainda somos
todos peões, isto é, devemos conservar sempre o espirito de iniciante, a
humildade de peão e o respeito aos outros peões de dentro ou fora da ordem.
Lembremos que apenas o peão pode ser promovido a rainha ou rei no xadrez. Assim
também em nossa ordem, o “cavalo” ou “bispo” que quiser ser Rainha ou Rei deve
despojar-se de tudo, desapegar-se, abandonar tudo e ser como um simples peão
novamente. Ha muitos detalhes sobre o símile do xadrez...
Iluminística ou Interna ou dos Iluminados ou Iniciática: Iluminística, pois que seu objetivo último é a iluminação como
já foi explicado, mas também por seu caráter científico e político não
sectário. Então novamente o sentido de gradualmente despertar e esclarecer. E também
por possuirmos textos antigos e arcanos, bem como métodos que levarão à
comprovação direta por “meios incomuns”, tornando-nos iluminados no sentido de
despertos, arahants (arhats) ou, pelo menos, iluminados no sentido de
esclarecidos a cerca da realidade dos fenômenos e daquilo que permanece oculto
ao não praticante. Interna por se referir à ordem que emana do elevado, do
sublime, do supremo, do “que está em oculto”, internamente, além do mundano, e
oculto em nós para ser por nós mesmos descoberto; o maravilhoso, o divinal, a
liberdade, a luz, a visão, o supremo também dentro de nós. Dos Iluminados
também se refere a isto, a ordem ou organização criada por estes, pelos
diretores invisíveis, elevados, que inclui seres iluminados. Iniciática por
essa ordenação gradual, um processo de avanço através de iniciações que são
chaves para adentrar cada vez mais internamente, nos círculos chamados ocultos
ou esotéricos por não estarem acessíveis àqueles que não se desenvolveram para
isso. Iluminação aqui, por todo isso, tem dois sentidos: (1) despertar, atingir
o Nirvana, que é o real significado da palavra que os ocidentais têm traduzido
como iluminação e (2) esclarecer-se, que é tornar-se conhecedor em todos os
sentidos e principalmente no sentido de conhecimento direto, dos mistérios
ocultos da natureza, do universo e dos seres.
dos Templários: assim
como para o verdadeiro alquimista o laboratório é o corpo (e a mente), para o
verdadeiro religioso ou mago ou iniciado o verdadeiro templo é a mente e
qualquer local onde essa esteja. Não somos templários no sentido dos antigos,
nem o dizemos devido a “serviços templários”, ou seja, serviços ritualísticos
em templos que não sejam nossa mente ou corpo (embora esses “serviços” possam
ocorrer por vezes ou regularmente), mas por fazemos primeiro do corpo o templo
da consciência, e de nossa mente o templo da verdadeira consciência, do
sagrado, do supremo, da verdade; e depois fazemos de todo lugar, onde pousarmos
nossa consciência, um templo, um lugar sagrado, transformando tudo, inclusive
todo o mal em ensinamento, em libertação e em bem se possível. Nosso objetivo é
construir o “templo interior”.
do Oriente ou dos Orientalistas: toda nossa metodologia padrão e modo de conhecer vêm do oriente,
inclusive quando aplicamos a metodologia científica típica do ocidente, os
meios de conhecer e investigar incluem os meios orientais. No oriente as
tradições, especialmente as nossas principais, permaneceram fiéis ou
inalteradas até hoje, sendo passadas de geração em geração ininterruptamente
(ao contrário do ocidente que mutila e adultera seus livros sagrados e inaugura
novas tradições de uma mesma tradição sem ter recebido seus conhecimentos mais
importantes e secretos, ou seja, apenas baseado na interpretação subjetiva e
arbitraria da tradição oral e escrita). Orientalista também significa que não
somos um desenvolvimento ou inovação de tradições do ocidente nem de adaptações
nem de sincretismo aberto para agradar gregos e troianos como são quase todas
as ordens atuais existentes no ocidente, mas que somos o que algumas chamam
(surpreendentemente querendo dar uma conotação negativa) de puristas, aqueles
que buscam os ensinamentos puros, inalterados, originais, diretos das fontes,
não de segunda mão nem por ouvir dizer nem por ter aprendido secretamente em
ouras ordens e agora estar entregando os segredos traindo promessas ou
juramentos. Embora a existência dessas ordens seja muito importante e nos
possibilitaram, aqui no ocidente, o conhecimento das tradições orientais num
primeiro momento, nós fomos, como os primeiros rosacruzes também fizeram à sua
maneira, beber direto na fonte e trazer os ensinamentos mais originais
possíveis (mesmo os das tradições ocidentais que apenas no oriente conservaram
seu frescor e originalidade). Nós somos descendentes das tradições direto (ou
por recuperação em alguns casos) da fonte e não incluímos tradições ocidentais
no nosso sistema, podemos até ter alguns elementos delas, ou mesmo algumas
tradições, mas não em caráter essencial ou obrigatório, apenas secundário ou
algumas vezes experimental (pois somos cientistas do oculto e devemos conforme
a necessidade testar hipóteses e fazer experimentos no sentido de atualizar
conhecimentos e teorias). Temos muitos elementos ocidentais também, afinal
somos uma união oriente-ocidente (o planeta Terra é um só, essa divisão
artificial é apenas atraso ao desenvolvimento espiritual e ignorância sobre o
outro lado). Temos elementos egípcios, fitoterapia e medicinas ocidentais, ritos
rosacruzes e maçônicos (tais como os famosos R.E.A.A. e o Antigo e Primitivo
Rito de Memphis-Misraim (que é chamado de Oriental)), entre outros elementos. Mas
todos esses são traduzidos à luz da escola de visão oriental e hermética (oriental
na maneira de ver, de pensar e de agir, ainda mais em por acreditamos que muito
provavelmente Hermes é a personalidade da china antiga chamado Chinran,
baseando-se em certas informações cientificas e arqueológicas). Não se trata de
discriminação, apenas que esse é o nosso caminho, no qual aprendemos e nos desenvolvemos,
assim como existem outros diferentes, que podem ou não incluir a nossa
vertente. Esse tipo de visão traduzido numa linguagem ocidental e bastante
resumidamente pode se descrito como modo de visão sistêmico.
Convém
agora também esclarecer que, apesar da semelhança do nosso nome com o de algumas
outras ordens, não temos qualquer ligação com elas, embora nossos integrantes
ou membros não estejam impedidos de participar de nenhuma, como participado de
várias ao longo de nossa vida. Temos liberdade de nos filiarmos a quantas e
quaisquer ordens que queiramos desde que não pratiquemos alguma coisa que vá
contra a liberdade dos outros ou contra a própria ordem. Assim não temos
ligação no mundo com outras ordens, nem com nenhuma ordem templária nem com
nenhuma ordem illuminati ou que se diga illuminati ou do tipo illuminati, e se
algum dia viermos a ter ligação com qualquer outras, isto será explicitado e só
poderá ser por razão de uma convergência total de princípios, práticas,
estudos, comportamentos, como de fato já temos com algumas ordens ou religiões orientais.
Porém, estas não têm outros elementos que temos na nossa, nem foram contatadas
para saber se têm ou se aceitam estes mesmos e provavelmente vão muito bem sem
ter relação conosco e não desejariam tal fusão. Que isto seja bastante
ressaltado. Na verdade não temos ligação direta com nenhuma ordem de tipo algum
fora da nossa própria nem devemos obediência a qualquer ordem, nossa política é
de respeito a outras organizações e esperamos (sem manter falsas esperanças)
reciprocidade.
Não
temos a arrogância de nos autoproclamarmos “grande síntese”, ou “universais”,
ou a melhor ou a mais completa ou a única, etc.; nem intentamos unir as
religiões nem as ordens. Talvez até mesmo nosso intento seja justamente o
oposto: fomentar a criação de mais ordens e mais religiões diferentes, afinal
as pessoas são diferentes e as religiões e ordens hoje ainda não abarcam todas
as diferenças. É urgente que surjam mais ordens verdadeiras bem como religiões,
desde que sejam estas eficazes em conduzir ao despertar, ao contrário das
religiões mutiladas de hoje que parecem mais um parque de diversão ou uma
câmara de ópio, que visam distrair e adormecer ainda mais a humanidade.
Convém
também lembrar que este nome é apenas sugestivo do nome verdadeiro tendo a
sigla outro significado muito semelhante e outro bem diferente para proteger o
caráter esotérico e iniciático. Este segredo não se deve a esconder práticas
escusas ou ilegais ou “palavras mágicas” perigosas, mas para proteger nossas
ordem e outras que adotam práticas assim, dos lábios e ouvidos do profano que
podem mesmo sem má intenção distorcer, interpretar mal ou aplicar erroneamente
nossas práticas. Tais nomes e iconografia formada por nossa sigla nos são muito
caros e não gostaríamos de ouvi-los sendo mal usados ou mal interpretados ou
mesmo sendo mal falados, caluniados ou zombados na boca daqueles que não tem a
capacidade de compreendê-los. Entretanto, também esse cuidado é para proteger
o profano das más consequências que tais comportamentos trariam para eles
mesmos. Além disso, nossas práticas mais elevadas e poderosas (a que se refere
essa iconografia) só podem ser apreendidas depois de muito tempo de estudo,
prática e experiência. Sem um desenvolvimento ético e um domínio e entendimento
superiores tais práticas se tornam realmente um perigo na mão do profano,
inclusive e principalmente um grande perigo para ele mesmo.
O
QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O. INTERNAMENTE?
Agora
que me foi permitido revelar os significados esotéricos de nossa sigla (menos o
mais oculto) posso explicar publicamente os significados que devem ser adotados
pelos estudantes do primeiro e do segundo círculo. Para os primeiros deve
significar Ordem Yogini Tântrica
Original ou Ordem Yogini Tântrica
Oriental ou Ordem Yogini Tântrica
Oculta ou Ordem Yogini Tântrica do
Oeste. Não entremos ainda em detalhes iconográficos do desenho formados
pela sigla.
Ordem
aqui tem o mesmo sentido acima citado.
Yogini
(ou ioguine e variações outras) é o feminino de yogi (ou iogue), eu não
chamaria uma ordem (substantivo feminino) de yogi (masculino) como alguns fazem
alguns sem atenção ao próprio hábito mecânico de sexualizar e masculinizar
coisas; seria como dizer, por exemplo, “loja vermelho” ou algo assim, um erro
de concordância. E além disso, nossa divindade tântrica suprema é uma dakini, é
feminina, nosso cuidado, respeito, consideração e devoção ao feminino é
redobrado então. Mais uma vez pode alguém notar nosso “descaso” por nomes e
grafias (porém não é descaso, pois presamos muito o som e o significado), mas
aqui é justamente o oposto, pois presamos as boas traduções que remetem ao mais
exato significado possível. Estudar nomes e siglas é uma das nossas principais
didáticas, pois estudando assim, ao ver um nome ou sigla a pessoa tem em mente
numa palavra um resumo de muito aprendizado. Aquele que não dá atenção a este
estudo está perdendo muito tempo.
O uso
da letra que tem o mesmo som, “I” no lugar de “Y”, não é usual para nós, pois não
é a letra adequada (embora muitos escrevam “ioga” e “iogue”, etc.), mas aqui,
neste caso, vai servir a um fim maior que são os significados mais profundos e
internos; do mesmo modo como aquele que está ainda com um pé no mundo e outro
na iluminação deve voltar as coisas desse mundo a serviço dessa meta mais
elevada para o bem de todo e qualquer ser. Essa letra “trocada” também vai
servir à iconografia simbólica da sigla, que é muito importante nos níveis mais
elevados de significado. Nossa ordem é yoguine no sentido da palavra, algo
muito parecido com um dos significados da palavra religião (religião significa (1)
religar e (2) reler).
Yoga
significa união, mas no sentido de união divina, unir-se ao supremo, conhecimento
direto do supremo, unindo-se a ele, no sentido gnosis. Neste caso então
religião, yoga e gnosis são sinônimos. O objetivo da yoga é a união entre
conhecimento conhecedor e conhecido. Esse é o conhecimento mais completo que se
pode ter de algo. Imagine então que objeto de conhecimento seja o Supremo, o
Indescritível, o Incondicionado. É o que alguns chamam de união com Deus,
iluminação, Nirvana; é o despertar.
Esses
outros termos não são falsos, mas também não são de todo verdadeiros porque não
são de todo completos. Mais abrangente seria chamar de yoga mesmo ou de gnosis.
Por isso é importante saber o real significado dessas palavras e não ficar
ainda relacionando a palavra yoga a uma serie de exercícios físicos (que podem
ou não fazer parte do processo de yoga ou de gnosis).à gnosis, à União Suprema.
À
união suprema então. Tantra quer
dizer tear, rede, tecer a rede ou relacionar seus fios, sua trama, seus nós,
seus espaços. Quem já leu algum livro do físico e autor Fritjof Capra deve já
ter uma ideia do que seja essa rede, ou quem já ouviu falar de conhecimento
sistêmico ou holístico, pode também ter uma ideia mais ou menos aproximada.
Isto é bom, mas não é suficiente para entender a ideia que aplicamos ao todo e
todas as unidades, no tempo sucessivo e na simultaneidade paradoxal, pois nossa
ideia tem um “que” a mais além do funcionamento harmonioso e ao mesmo tempo
caótico dos universos na eternidade e no tempo eternamente retornante em suas
possíveis combinações (do universo). Esse que talvez possa ser dito de forma
resumida ou superficial que é a unidade da multiplicidade em que
simultaneamente não há unidade, mas multiplicidade, ou melhor dizendo, do
eterno retorno e da necessidade de tudo que é, bem como do motivo disso e de
como ao mesmo tempo tudo isso não existe, nem tem sentido algum, exatamente
como um sonho, mas um sonho muito perigoso pois traz consequências quase
irreparáveis e muito sofrimento envolvido.
A
palavra oriental “tantra” é bem mais completa em seu sentido do que a palavra
“rede” no sentido sistêmico, embora esta outra tenha a mesma potencialidade.
Aqui a carência de experiência direta pode ser um importante fator limitante da
compreensão correta. Assim é preciso ver por si mesmo, não só achar que está
entendendo. Alguns podem ter ouvido falar, ou lido, ou praticado também, algum
tipo de tantra budista ou hindu ou mesmo hermético, se é que se pode chamar de
“tantra” ao processo “hermético” sem cometer injustiça para um ou outro lado. Isto
é uma parte indispensável aqui também. Teríamos, além disso, nesse caso, que
acrescentar esse “que” a mais que vamos chamar de a “ideia de paradoxo” ou “ideia
paradoxal” (explicada em outros artigos), para assim chegarmos a ideia de yoga
e tantra no nosso sistema. Agora temos as palavras religião, yoga, gnosis e
tantra funcionando como um sistema de sinônimos que ao mesmo tempo se
complementam. O que falta em uma a outra diz e assim sucessivamente. Quando
colocamos na mente a representação do universo é como se colocássemos ou
construíssemos o próprio universo, é como estudar a planta de uma casa antes de
entrarmos. Podemos estudá-lo nesse modelo se o tivermos feito com perfeição.
Mas o mais importante é ampliarmos com esse exercício a compreensão, ao mesmo
tempo em que ampliamos, com a meditação e outros processos, nossa capacidade de
visão direta e percepção. No decorrer do treinamento em algum momento poderemos
dirigir nossa consciência e atenção concentrada para qualquer objeto e por fim
a todo o universo. Não é tão simples como aqui descrito, nem o universo se
limita apenas ao que se entende por universo de matéria e energia no tempo (nem
também como inteligência ou consciência apenas), mas o aspirante, com força de
vontade, poderá testemunhar por si mesmo do que estamos falando, embora seja um
tanto indescritível.
Em
especial as práticas dos tantras budistas e sua compreensão, e algumas práticas
do tantra hindu podem levar a esse mesmo descobrimento que é, também,
alquímico. Entretanto sempre haverão os limites da inteligência e percepção
humanas e da expressão linguística por outro lado no caso do estudo e da
descrição. O processo deve capacitar o ser para tal compreensão, por isso a
alquimia desenvolve-o até ter uma super inteligência do tipo requisitado; não
poderá ter sucesso apenas tendo uma super inteligência lógico-matemática ou
verbal, por exemplo, mas sim uma inteligência tântrica. E isto é muito difícil,
por isso mesmo deve ser trabalhado desde o início através da meditação e
atenção corretas bem como da releitura correta dos fenômenos.
Mas
através dessa compreensão, exclusiva de nossa ordem, esse ponto “teórico”
(apresentado de diferentes formas em vários de nossos artigos e pessoalmente
nas aulas), esse processo pode ser mais acelerado ainda, pelo menos o de
compreender. Esse estudo especial aqui desenvolvido funciona como um dos
catalizadores do processo de iluminação. Tantra nesse caso significa entender e
aprender a ver, perceber, ver por si mesmo a rede, percorrê-la, acessá-la. É
como se o corpo fosse um computador, a mente o software e rede a rede, a web, a
internet. Então o software através da instalação de alguns programas acessa a
internet. Bem assim a mente, através de certos treinamentos, práticas e
processos, acessa as informações na rede do universo.
Tantra
também tem a ver com transformação e purificação, transformando a nossa maneira
ver transformamos a nós mesmos e também ao mundo. Vendo como na verdade tudo já
é puro e necessário aprendemos a reconhecer a pureza e a perfeição de tudo.
Este é o aspecto mais difícil e quase inexplicável. Levaria anos ou vidas para
uma pessoa impura, mundana e profana reconhecer onde está isso. Mas através do
conhecimento preciso da nossa chave, a ideia paradoxal, isto é acelerado ainda
mais nesse tantra da ordem. A purificação que desobstrui a visão é essencial.
As pessoas que não se purificam não vêm o real, elas estão se enganando e
enganando os outros; cegos guiando cegos; e se deixam levar pelos efeitos
colaterais da meditação, tomando o real pelo irreal e vice versa. Quando ela
enxergar a pureza em tudo ela começa a entender o funcionamento de tudo sobre o
que pousar a atenção... É preciso mudar muito até ver diretamente que não
existe nada a ser mudado; é preciso amar tanto a sabedoria e os seres a ponto
de uni-los; é preciso amar todos os seres e querer esclarecê-los e libertá-los,
mas ao mesmo tempo saber que não há um libertador nem seres a serem libertados.
Tantra é definido também como a união da sabedoria com a compaixão.
Tantra
também envolve o trabalho alquímico. Não é um trabalho apenas mental. Envolve
tudo, o corpo, a mente e o universo; a matéria, a energia e a consciência; o
amor, a vontade e a sabedoria.
Nosso
tantra é trazido dessas fontes originais dos tantras budistas, do tantra
taoísta e da yoga tântrica hindu; de tradições ininterruptas e professores
especialistas; não é uma invencionice neognóstica cristã ou de algum suposto mestre
e ou iluminando entre os incontáveis dissidentes de seitas hindus.
No
sentido de gnosis as fontes só podem ser os antigos achados, portanto não se
trata de nenhuma ritualística sincrética new-age nem de neognosticismo nem de
neopaganismo pseudo-egípcio, mas de procedimentos que se encontram nos achados,
como evangelhos gnósticos, o corpus hermeticum ou outros papiros, o que só pode
ter base em muitos anos de estudo, pesquisa e prática.
Daí também
o sentido da última letra da siga, o “O”.
Original
apareceu aqui porque nesse aspecto ser original é muito importante para nós e
tem dois sentidos: (1) original porque nenhuma outra escola é igual; e (2) original
porque as práticas vêm de fontes originais. As conclusões, ou racionalizações
ou maneira de ver os resultados é que é diferente nesse caso, pois é uma
maneira mais atual, científica e tecnologicamente falando. As fontes originais
são os livros que se preservaram sem alterações mal intencionadas, as tradições
que se mantiveram inalteradas (especialmente aquelas ininterruptas) e os
professores especialistas dessas tradições.
No
primeiro caso (livros, textos,etc.) temos acesso a achados e textos antigos
preservados, nessa categoria se incluem os que tomamos por base. São eles: os
evangelhos gnósticos e outros papiros achados desse contexto; a tábua de
esmeralda e todo o corpus hermeticum (este também é encontrado no item
anterior); o cânone pali, os sutras mahayana, além dos tantras e sastras das
tradições budistas vajrayana; e o tao te king. Estes são os livros sagrados,
mas há outros além desses que consideramos, porém são precursores ou
continuadores dessas tradições ou sabedorias, por exemplo, o Bardo Todol (o
Livro Tibetano Dos Mortos), as Seis Yogas de Naropa, o Livro Egípcio dos
Mortos, os Upanishades, As Núpcias Alquímicas de Christein Rosecreuz, o Shiva
Samhita, Alice através do Espelho, o terceiro capítulo de Assim Falou
Zaratustra, etc..
As
tradições são claramente aquelas relacionadas a esses livros, ou seja,
“gnosticismo” (ou “cristianismo” primitivo, são ambos nomes inapropriados),
hermetismo (um nome correto, mas que leva a falsas interpretações), “budismo” (na
verdade o certo seria dizer o Buddhadhamma ou Buddha-Dharma e vajrayana) e
yoga e “taoísmo” (na verdade nem esse
nome seria exato nem nos baseamos em tradições taoístas, mas no pensamento de
lao tse).
Oriental quer
indicar a fidelidade à fonte também, que é oriental. Os “mestres cabeça” que
consideramos são orientais, Sakyamuni Buddha (Buda) e Yehoshua (“Jesus”). Porém
o budismo é uma religião que predomina mais no oriente e o cristianismo (ou
forma mutilada do ensinamento do Chrestus) no ocidente, assim aqui resgatado um
dos sentidos da palavra Rosacruz: a união da sabedoria oriental, representada
pela flor de lótus do budismo e hinduísmo e da sabedoria ocidental,
representada pela cruz de Cristo e da a
cruz egípcia. A cruz subscrita no circulo cujos espaços já desenham a rosa de
quatro pétalas é o símbolo mais antigo encontrado no planeta segundo a
arqueologia. Segundo a ufologia este símbolo foi trazido por extraterrenos.
Seja como for talvez esta seja a melhor síntese simbólica do significado de
“rosacruz”. Oriental é o lado de que vem o Sol, significado que muitas ordens
que levam em suas siglas a palavra “oriente” presam: o oriente de onde vem a
luz. Os cultos solares quase todos veneram o Oriente, o Grande Oriente, etc..
E em
terceiro lugar ouvimos professores ligados a essas tradições. Mas o “O” aqui
também significa Oculta, pois a
verdadeira ordem é sempre oculta aos olhos do profano, e os mestres ocultos ou
“diretores invisíveis” são os que verdadeiramente sempre estão à disposição
daquele que verdadeiramente busca e tem força em seu íntimo mantendo sempre a
aspiração, e devotados a busca da verdade. Eles são os verdadeiros mestres, os
“mestres internos”, as “divindades tutelares”, os “anjos guardiões”, os “diretores
invisíveis”, a fraternidade da luz. Por isso também a importância de manter
essa palavra, “oculto” se refere a eles.
E oculto
também se refere às ciência ocultas, ou melhor dizendo, ciências do oculto, ou
seja, é uma ordem dedicada a uma ciência daquilo que está além do alcance de
nossos sentidos, aparelhos e cálculos ordinários.
Outro
sentido interno e o mais importante parece ser o contrário de Oriente, pois é Oeste, ocidental (“contrário” é apenas
uma aparência, não uma realidade nesse caso). Isto por a terra do Buda Amida,
Amitabha Amitayus, um dos grandes inspiradores, protetores e salvadores de nossa
ordem, ser a terra pura do oeste. Mirando o poente poderemos quiçá vê-la. E a contemplação
do poente é uma prática milenar também nessa tradição. Nós somos seguidores do
poente, seguidores do Sol, seguidores da trajetória solar. O Sol nunca se põe
para nós. Contemplando o poente podemos sentir e ver a terra pra do Buda da Luz
e da Vida Infinita. Atingindo um renascimento nessa terra pura podemos lá
prosseguir nosso trabalho livre de impedimentos e de sofrimento e com o
atingimento garantido de nosso despertar.
O
QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O. MAIS INTERNAMENTE NO SEGUNDO CICLO?
Outra
tradução boa para nossa sigla é Organização
dos Iluminados Tântricos do Oeste. Sendo que Iluminados se refere
justamente a estes que pertencem a essa organização dos que estão dirigindo-nos,
dos planos acima, incluindo aqueles que já atingiram a libertação final, o
despertar. Fala-se em um reino dos deuses tântricos como uma terra pura. Tanto
os devas das terras puras, quanto os Budas e Bodhisatvas nos orientam,
inspiram, guiam, falam conosco, assim como os seres citados anteriormente. Tais
seres são tão superiores a nós moralmente e em inteligência que nós comparados
a eles somos com formigas (e isto é uma boa inspiração para que o estudante
seja compassivo com os animais mesmo aqueles mais aparentemente
insiginificantes). Eles têm vontade, amor e consciência muito acima do nosso
nível. Podem ver entre as várias dimensões e estar em vários lugares ao mesmo
tempo. Podem compreender a simultaneidade e o paradoxal, a unidade na
multiplicidade ou pelo menos tem uma bondade e compaixão infinita. Sua
sabedoria é onipenetrante, e quando menos, eles servem a outros que a tem.
Quando mais eles são despertos, iluminados, Budas, sua sabedoria é infinita.
O
segundo sentido, que deve ser adotado por aqueles que estão no segundo círculo,
a F.I.T.O., somado ao primeiro significado (a todos até aqui explanados) é
mostrado “montando” um desenho: em cima ele ponha o IT, it significa ele ou ela
em inglês, se referindo a coisa, animal, andrógenos ou seres além da nossa
compreensão, para não dizer já o Tao, Deus, o Adi-Buddha, o Uno, segundo as
nossas tradições principais acima citados. Este ou Isto que nós, para não dar
ao profano nomes para que use para blasfemar, chamamos de It ou Isto (no
sentido de “isto que há”, ou seja, o único que há, o único que é. É com um
suspiro cansado e com o coração angustiado que revelo publicamente tal segredo.
Continuando o desenho abaixo, junte os dois O’s então você terá um oito
deitado, ou seja, o símbolo que se refere ao infinito. Quer dizer “aquele que
realmente é e que sempre é”, também em seu infinito amor, compaixão e Luz.
Luz é
a consciência una, amor é a motivação e compaixão é a vontade suprema. Mas não
se preocupe, nós todos somos It, nós todos temos It em nós, essa é a nossa
única verdadeira realidade em nós, nós só precisamos descobri-la retirando
todas as “impurezas” que a encobrem que nos ocultam nossa verdadeira natureza,
luminosa e iluminada. Se colocarmos os pontos teremos o símbolo revelado apenas
no grau mais interno, esotérico.
O
QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O. MAIS INTERNAMENTE NO TERCEIRO CICLO?
O
terceiro sentido só é revelado àqueles merecedores, que venceram muitos
obstáculos, que se desenvolveram, que se purificaram, que se enobreceram, que transformam
chumbo em ouro em nossa ordem, não pode ser dito a outros. A este último sentido
devem ser somados os dois sentidos anteriores em todas as suas variações. Não
pode ser revelado também assim “de mão beijada”, apenas descoberto por tais estudantes
acima referidos, mas darei uma pista: veja que o i com os pontos e o t formam um
símbolo, ainda, o i com pontos é também o t invertido, a outra polaridade (aqui
não estamos falando de nada que se refira a bem e mal, certo e errado, bom e
ruim, negro e branco, trevas e luz, etc. como sendo essas polaridades)... eu
sei em parte o significado, nem eu o sei completamente ainda. Há então o que
sobrou: ponto, “O”, ponto, “O”, ponto... Imagine o resto... Nisto está a
simbologia.
Este
assunto é exposto apenas em símbolos. A seguir veja um sutta do cânone pali, e
através do ensinamento do Buda que pode ajudar a entender o processo alquímico,
você poderá ter uma ideia do caminho, em direção a nossa a meta. Podemos dizer
que este é um bom resumo esquemático de passos precisos do caminho. Nosso
objetivo mais elevado é a libertação dos ciclos de nascimento e morte ou
atingindo um estágio de não retorno ou até o despertar completo. Essa é nossa
aspiração a fim de nos libertarmos por amor ao conhecimento ilimitado da
verdade e aos seres. Tal processo é alquímico, há que se transformar o chumbo
em ouro e purificá-lo, pois as impurezas são (1) os obstáculos à visão, que nos
impedem de ver a verdade e de desenvolver nossas potencialidades e (2) o que
nos prende à ilusão e ao ciclo de nascimentos, mortes e esquecimentos. Há que
se cavar até o fundo e encontrar uma serpente...
Majjhima Nikaya 23
Vammika Sutta
O Formigueiro
Traduzido do Pali para o inglês originalmente por Bhikkhu
Nanamoli, editado e revisado por Bhikkhu Boddhi, traduzido do inglês por
Michael Beisert.
Somente para distribuição gratuita como um presente do Dhamma.
Assim ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava em Savatthi no
Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Agora, naquela ocasião o venerável
Kumara Kassapa estava no Bosque dos Cegos. [1]
Então, quando a noite já estava bem avançada, um certo deva com belíssima
aparência que iluminou toda a área do Bosque dos Cegos se aproximou do
venerável Kumara Kassapa. Ficando em pé a um lado, o deva disse: [2]
“Bhikkhu, bhikkhu, este formigueiro fumega durante a noite e
arde durante o dia. [3]
“Assim disse o brâmane: ‘Escave com a
faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu uma barra: ‘Uma barra, Oh
venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora a
barra; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um
sapo: ‘Um sapo, Oh venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o sapo; escave com a faca,
você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um garfo: ‘Um garfo, Oh
venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o garfo; escave com a faca,
você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu uma peneira: ‘Uma peneira, Oh
venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora a
peneira; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um
jabuti: ‘Um jabuti, Oh venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o
jabuti; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um
machado e um cepo: ‘Um machado e um cepo, Oh venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o machado e o cepo; escave
com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um pedaço de carne:
‘Um pedaço de carne, Oh venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o pedaço de carne; escave
com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu uma serpente Naga:
‘Uma serpente Naga, Oh venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Deixe a serpente Naga; não cause
dano à serpente Naga; honre a serpente Naga.’
“Bhikkhu, você deveria ir até o Abençoado e perguntar-lhe o
significado desta charada. Aquilo que o Abençoado disser, assim você deverá se
recordar. Bhikkhu, outro que não seja o Tathagata, ou um discípulo do
Tathagata, ou alguém que tenha aprendido com eles, eu não vejo ninguém neste
mundo com os seus devas, maras e brahmas, esta geração com seus contemplativos
e brâmanes, seus príncipes e povo, cuja explicação dessa charada possa
satisfazer a mente.”
Isso foi o que o deva disse e em
seguida desapareceu de vez.
Então, ao amanhecer, o venerável Kumara Kassapa foi até o Abençoado
e depois de cumprimentá-lo sentou a um lado e relatou tudo que havia ocorrido.
E então perguntou: “Venerável senhor, o que é o formigueiro, o que fumega
durante a noite, o que arde durante o dia? Quem é o brâmane, quem é o sábio? O
que é a faca, o que é a escavação, o que é a barra, o que é o sapo, o que é o
garfo, o que é a peneira, o que é o jabuti, o que é o machado e o cepo, o que é
o pedaço de carne, o que é a serpente Naga?”
“Bhikkhu, o formigueiro simboliza este corpo, este corpo feito
de forma material, consistindo dos quatro grandes elementos, procriado por uma
mãe e um pai, construído à base de arroz cozido e mingau,[4]
está sujeito à impermanência, a ser gasto e pulverizado, à dissolução e
desintegração.
“Aquilo que a pessoa pensa e reflete durante a noite baseado nas
ações durante o dia é o ‘fumegar durante a noite.’
“As ações que a pessoa toma durante o dia através do corpo,
linguagem e mente depois de pensar e refletir durante a noite é o ‘arder
durante o dia.’
“O brâmane simboliza o Tathagata, digno e perfeitamente
iluminado. O sábio simboliza o bhikkhu no treinamento superior. A faca
simboliza a nobre sabedoria. A escavação simboliza estimular a energia.
“A barra simboliza a ignorância. [5]
‘Jogue fora a barra: abandone a ignorância. Escave com a faca, você, sábio.’
Esse é o significado.
“O sapo simboliza o desespero devido à raiva. ‘Jogue fora o
sapo: abandone o desespero devido à raiva. Escave com a faca, você, sábio’ Esse
é o significado.
“O garfo simboliza a dúvida. [6]
‘Jogue fora o garfo: abandone a dúvida. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é
o significado.
“A peneira simboliza os cinco obstáculos, isto é, o obstáculo do
desejo sensual, o obstáculo da má vontade, o obstáculo do torpor e preguiça, o
obstáculo da inquietação e ansiedade, o obstáculo da dúvida. ‘Jogue fora a
peneira: abandone os obstáculos. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o
significado.
“O
jabuti simboliza os cinco agregados influenciados pelo apego, [7]
isto é, o agregado da forma material influenciado pelo apego, o agregado da
sensação influenciado pelo apego, o agregado da percepção influenciado pelo
apego, o agregado das formações influenciado pelo apego e o agregado da
consciência influenciado pelo apego. ‘Jogue fora o jabuti: abandone os cinco
agregados influenciados pelo apego. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o
significado.
“O machado e o cepo simbolizam os cinco elementos do prazer
sensual [8]
- formas percebidas através do olho que são desejáveis, agradáveis e fáceis de
serem gostadas, conectadas com o desejo sensual e que provocam a cobiça. Sons
percebidos através do ouvido… Aromas percebidos através do nariz… Sabores
percebidos através da língua…Tangíveis percebidos através do corpo que são
desejáveis, agradáveis e fáceis de serem gostados, conectados com o desejo
sensual e que provocam a cobiça. ‘Jogue fora o machado e o cepo: abandone os
cinco elementos do prazer sensual. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o
significado.
“O pedaço de carne simboliza o deleite e a cobiça.[9]
‘Jogue fora o pedaço de carne: abandone o pedaço de carne. Escave com a faca,
você, sábio.’ Esse é o significado.
“A serpente Naga simboliza um bhikkhu que destruiu as impurezas.
[10]
‘Deixe a serpente Naga; não cause dano à serpente Naga; honre a serpente Naga.’
Esse é o significado.”
Isso foi o que disse o Abençoado. O
venerável Kumara Kassapa ficou satisfeito e contente com as palavras do
Abençoado.
Abreviações:
MA Majjhima Nikaya Atthakatha
MT Majjhima Nikaya Tika
Notas:
[1] O Ven. Kumara Kassapa era filho adotivo do Rei
Pasenadi de Kosala, nascido de uma mulher, que estando grávida, sem o saber
seguiu a vida santa como uma bhikkhuni. Quando este sutta foi proferido ele
ainda era um sekha; ele alcançou o estado de arahant empregando este
sutta como objeto de meditação.
[2] De acordo com MA, este deva era um que não
retorna e que vivia nas Moradas Puras. Ele e Kumara Kassapa tinham sido parte
de um grupo de cinco monges que, na época do Buda Kassapa, haviam praticado
meditação juntos no topo de uma montanha. Foi este mesmo deva que incentivou
Bamya Daruciriya, um outro membro do grupo, a visitar o Buda (veja o Ud
1:10/7).
[3] O significado da imageria empregada pelo deva será explicado
mais tarde no próprio sutta.
[4] Kummasa: O Vinaya e os comentários
explicam o mingau como sendo feito com yava, cevada.
[5] MA: Assim como uma barra na porta de uma cidade
impede que as pessoas entrem, do mesmo modo a ignorância também impede que as
pessoas realizem Nibbana.
[6] Dvedhapatha também pode ser interpretado
como “um caminho bifurcado,” um símbolo óbvio para a dúvida.
[7] MA indica que as quatro patas e a cabeça de um
jabuti são semelhantes aos cinco agregados.
[8] MA: o machado e o cepo (asisuna, no MN
22.3 interpretado como “matadouro”) são usados para picar a
carne. De modo semelhante os seres que desejam os prazeres sensuais são picados
pelo machado dos desejos sensuais sobre o cepo dos objetos sensuais.
[9] Este simbolismo é explicado no MN 54.16.
[10] Este é um arahant. O simbolismo é explicado no MN 5
– nota 7.
OS CÍRCULOS EXTERNO,
INTERMEDIÁRIO E INTERNO
Os
círculos mais externos foram agora criados num nível mais “físico” ou comum
para servirem de antecâmara da ordem eterna, preparando as pessoas que estão num
nível mundano a fim de superarem suas impurezas, dificuldades, vícios,
fraquezas e deficiências, bem como receber os conhecimentos mais indispensáveis
à compreensão e à vivência de um caminho consciente e fora de toda superstição
e desconfiança. Eles correspondem ao nível humano, preparação do embrião para a
nova criança que virá, o bebê do além-do-humano.
Os
círculos externos a partir de agora serão a O.H.E.O. correspondendo ao grau de
aprendiz e a F.I.T.O. ao grau de companheiro. O que são estes dois círculos
além de serem as antecâmaras da O.I.T.O.? São fraternidades de amigos, sem fins
lucrativos constituídas de grupos de estudo, ciclos de conferências, instruções
particulares e em grupo, pesquisa e práticas psíquicas, iniciações menores
(menores apenas no sentido de serem mais fáceis e menos exigentes, contudo
considero a primeira iniciação exterior a mais importante de todas, até porque
dá a base para todo o resto) com fins de completar os graus de conhecimento e
experiência requeridos para a fraternidade maior.
O.H.E.O.
e F.G.T.O.
No
início houve uma manifestação pública, através do blog, de redes sociais e de
impressos, bem como o convite amistoso a algumas pessoas conforme seu interesse
e às vezes conforme sua capacidade. Essas poucas pessoas é o que foi chamado de
Fraternidade, embora quase todas não se conhecessem entre si. Isto ocorreu no
período de organização e maturação dessa manifestação. A F.GT.O. foi o protótipo
da O.H.E.O., assim devemos conhecer o significado da primeira sigla pois
estudando seus significados teremos uma ideia mais completa das nossas bases
teóricas e práticas da segunda, bem como de princípios fundamentais que estão
agora apenas implícitos na nova sigla, não declarados nela e em seus
significados. O círculo externo é a preparação para o círculo intermediário,
desse modo ele enfatiza princípios éticos e de conhecimento, mas não deixa para
depois a prática, sem esses três princípios desenvolvidos é impossível atingir
algo mais elevado. Cada ciclo enfatiza mais algum desses campos mas não deixa
os outros de lado.
F.G.T.O.
foi o primeiro nome provisório do ciclo mais externo, exotérico. Significa Fraternidade
Gnóstica dos Templários ou dos Thelemites Orientais ou Orientalistas. Haviam
palavras em latim e em grego, mas apenas o mesmo significado.
Fraternidade significa
um grupo de amigos irmanados aqui pela sede de conhecimento e pela busca do
alvo de suas existências. Mas agora a palavra “Fraternidade” só pode ser usada
como um nome da ordem no segundo círculo, ou seja, dos três ou quatro vezes
iniciados. Na verdade fraternidade se refere ao caráter amoroso e o amor ao
qual nos referimos é algo que o ser humano comum não tem, que é um amor que
precisa ser aprendido, treinado, desenvolvido, esse amor é o amor
incondicional, que não existe como palavra em nosso idioma, mas sim no grego: Ágape.
Essa
fraternidade tem que ser Gnóstica, não
exatamente por ligar-se diretamente ao “gnosticismo primitivo” nem tampouco ao
moderno. Embora eu mesmo tenha participado longos anos de ordens desse tipo e
atingido elevados graus nelas (o que apenas reforça mais o que vou dizer, posso
garantir que tais ordens de gnosis tem muito pouco ou quase nada, quando não
são internamente apenas uma miscelânea de culturas pagãs e orientais sob a
obediência fanática a algum suposto mestre iluminado ou cristificado são internamente
cultos egípcios, thelemismo moderno e apenas pitadas de gnosticismo, não
querendo desmerecê-los nem tirar seus méritos de trabalho. Geralmente ignoram
todos os escritos gnósticos com exceção de um deles, mesmo assim em sua versão
adulterada pela igreja romana; ignoram completamente os achados tais como os de
Nag Hammadi e os “Alemanes”, entre outros (com exceção de algumas fraternidades
rosacruzes tudo no ocidente com esse nome de gnose, mesmo as mais nobres e bem
intencionadas, ainda estão longe do que realmente seja gnosis original).
Nossa
fraternidade se chamou gnóstica pelo próprio sentido da palavra: (1) nós
intentamos a libertação através do conhecimento direto (como já foi explicado
acima), através do estudo e da meditação e por fim a penetração por si mesmo
direto na fonte; (2) nós temos acesso aos textos arcaicos do gnosticismo
primitivo em todas as suas vertentes significativas a não ser aqueles
documentos que ainda não foram encontrados; e (3) gnose se refere ao
conhecimento direto, interno, aquele no qual o conhecedor, o conhecimento e o
conhecido são, ou se tornam temporariamente, uma só coisa, sendo assim gnosis
uma forma de conhecer, a qual nós praticamos e temos métodos para realizá-lo em
vários níveis. Através desse tipo de conhecimento podemos comprovar por nós
mesmos vários ensinamentos, encontrar chaves secretas e livros ocultos, e até
mesmo receber instrução direta dos verdadeiros mestres.
Relacionado
à palavra gnosis inevitavelmente temos a palavra grega Nous, que significa mente, mas a qual, o gnóstico nos escritos
antigos se refere geralmente a Deus. Nós traduzimos como consciência ou
consciência primordial. Com isso queremos dizer que a consciência em nós não é
outra senão a consciência única, chamada Deus. Buda disse que desde sempre
houve e sempre haverão mentalidade e materialidade. Essas duas características
do universo nunca cessam e não pode haver uma sem outra, sendo a consciência ou
mentalidade a mente única, o Adi-Buddha que dentro de nós é o buddha-dhatu, e a
materialidade a consciência sempre mutante das coisas, das sensações (feelings
e sensations neste caso), dos objetos mentais e da própria mentalidade... Nosso
objetivo nessa fraternidade é levar esse conhecimento, mas não só isso, e sim
principalmente capacitar o iniciando a ver por si mesmo que é assim através do
processo de gnosis.
Templários se refere ao que já foi dito. No nosso caso um significado
especial. Em resumo por fazemos primeiro do corpo o templo para receber o
sagrado, e de nossa mente o templo da verdadeira consciência, do sagrado, do
supremo, da verdade; e por buscarmos fazer de todo lugar, onde pousarmos nossa
consciência, um templo, um lugar sagrado, transformando tudo, inclusive todo o
mal em ensinamento, em libertação e em bem se possível.
Thelemite
ou Telemita ou telêmico é também um termo grego usado pela falta do termo em
nossa língua, ele quer dizer outro aspecto do que somos, vontadistas é a
palavra certa, um neologismo que tivemos que inventar para expressar um dos importantes
aspectos de nosso trabalho e por ser a Vontade uma das três formas primordiais
do Supremo (as outras duas são amor (ágape) e consciência (omnisciência, nous).
Também não existe o verbo vontadear que precisamos usar para distinguir de
querer, de desejar, etc..
Aqui
é bom esclarecer que não somos místicos arrendatários do pressuposto de que o
gnoticismo é uma facção do cristianismo, nem sequer abraçamos apressadamente a
conclusão de que esse é o “verdadeiro cristianismo primitivo” (cristianismo é
uma palavra criada séculos depois de Cristo provavelmente pelo império romano).
Até porque sabemos, por evidências científicas e arqueológicas, que o
gnosticismo é anterior a Yeheshua Chrestus (“Jesus” Cristo, existem essa e
outras grafias) e bem anterior ao cristianismo e que ambos incluem evidentes
elementos de hermetismo, zoroastrismo, taoísmo, hinduísmo, budismo e até mitos
ditos pagãos e egípcios (principalmente o “gnosticismo”), entre outras
doutrinas, e se unem em algum ponto na história. Seria mais correto dizer que
Cristo era gnóstico do que dizer que era cristão, isto é mais que evidente, nem
por isso temos repudio ao termo como fazem os thelêmicos modernos que são mais
pagãos que “verdadeiros gnósticos” como dizem ser e internamente adoram Adonai
ou Jeová e utilizam a cabala hebraica como base de seu sistema. Em comum com o “gnosticismo
cristão” oriental usamos alguns símbolos e esquemas arquetípicos que nos levam
a compreensão de nossa localização dentro do trabalho com relação à meta e a
figura da luz interior embrionária, o Chrestus que é o mesmo que Adi-Buddha.
Veja que assim, somos thelemites não
por estarmos ligados a qualquer movimento thelemita, nem da antiguidade, nem
medieval nem (mas que também pode significar verdade no sentido de verdade
interior e de verdade última (especialmente para os iniciados)). Temos em comum
com outros thelemitas o fato que nos dois primeiros ciclos buscamos descobrir,
conhecer nossa vontade e realizá-la ou colocá-la em direção à realização, para
realiza-la no último círculo. Vontade nesse sentido destaca seu sentido de
“proposito da existência”, o motivo real pelo qual a pessoa existe.
Também
somos thelemites por termos o mapa para desenterrar os três tesouros que o ser
humano comum acha que possui, mas na verdade não possui, a saber: (1) liberdade
- vontade; (2) consciência - acesso à realidade ou verdade; e (3) amor - ágape ou
compaixão altruísta pelo menos. Sendo que cada um desses possui a chave para os
outros dois. Porém, só com a vontade verdadeira e treinada podemos ter força
para aqui e agora, nesta vida, realizar despertar da consciência e o desenvolvimento
do amor verdadeiro, não amor cego, mas amor consciente.
Do
Oriente ou Orientalistas é por causa das razões já citadas acima que
podemos resumir em fidelidade às fontes orientais originais, não sendo uma
adaptação da adaptação da adaptação, mutilada ou totalmente modificada depois
de milhares de alterações. Orientalista remete ao nome que se dá ao estudioso
ou pesquisador da sabedoria oriental. Este significado reflete muito bem o que
o estudante do primeiro círculo deve ser. Nós mesmos nos círculos mais internos
devemos continuar essa postura de pesquisadores, amantes do conhecimento das
longas horas de leitura. Se o estudante não tem ainda então deve criar o amor
pelo estudo aprofundado e pela prática assídua, diária.
QUAL
O SIGNIFICADO DA SIGLA O.H.E.O., O CÍRCULO INICIAL?
Ordem Hermética
da Estrela de Ouro ou Ordem Hermética da Estrela do Oriente ou Ordem Hermética da Estrela do Ocidente ou Ordem Hermética da Estrela do Oeste. Ou ainda Ordem Hermética dos Esclarecidos Orientalistas.
Tantos
nomes, tanta complexidade... Mais uma vez isto ocorre para que estudando o
significado de cada elemento da sigla o iniciando ou o iniciado relembrem e
tenham apenas no lembrar da sigla a lembrança de todo o trabalho em que está
envolvido momento a momento desde o instante em que entra na ordem. Aqui cabe
adicionarmos mais um detalhe sobre isso: cada elemento, palavra, doutrina,
prática, comportamento, etc. citados aqui nessas definições são explicados,
detalhados e se desdobram em mais outros elementos internamente. Assim podemos
falar que na ordem o estudante tem muito a descobrir por si mesmo, que não
revelamos, mas damos as ferramentas para que descubra; mas também tem muita
coisa que é explicadinha nos mínimos detalhes até a exaustão (exaustão de toda
dúvida, esperamos).
Sobre Ordem já foi
explicado. Em resumo podemos dizer que ordem se refere à ordenação em graus de
conhecimentos, capacidades e amadurecimentos e que estes conduzem em conjunto a
determinadas realizações e revelações.
Hermética,
como todos devem saber,é uma palavra com dois sentidos, o de (1) ensinamentos
de Hermes, particularmente o Corpus Hermeticum, incluindo a grande síntese, a
Tábua de Esmeralda; e (2) de fechado, secreto e ou esotérico. No segundo
sentido podemos nos classificar como esotérico, mas não como fechado nem tanto
como secreto. Pois estamos abertos a todos que cheguem até nós, temos
publicações impressas e na internet e às vezes falamos abertamente com as
pessoas sobre a ordem quando isto convém. É claro, entretanto, que não somos
proselitistas, não vivemos propagandeando a ordem ou tentando levá-la a mais
gente quando possível. Acreditamos que aqueles que devem chegar até nós mais
cedo ou mais tarde chegarão. Porém, nos esforçamos em ajudar. Desse modo
convidamos as pessoas às vezes também, quando vemos que essas tem alguma necessidade
que podemos prover ou ela demonstra simpatia e outros princípios que apreciamos
ou alguma abertura ou conveniência para falarmos de nossos assuntos. Podemos
convidar pessoas também por uma empatia particular ou por alguma capacidade
notável que apreciamos. Podemos convidar pessoas simplesmente por que “nos dá
na telha”; ou porque não gostamos de por quês, então convidamos sem qualquer
motivo aparente algum. O fato é que convidamos pessoas e mesmo outros seres,
então de modo algum somos fechados.
Outra coisa que se pode dizer é que somos secretos, pois temos
certos segredos, temos práticas e teorias que não revelamos a outros que não
são da ordem e que prometemos guardar segredo. Dizemos como os maços que isto
não é ser secreto, temos coisas particulares. Afinal se assim fosse mal
saberiam de nossa existência, quanto mais saber o que fazemos ou ainda estar
lendo isso.
Se
nós temos roupas de baixo que as pessoas normalmente não nos vêm usando (expostas
nem somente elas), essas roupas são secretas? Do mesmo modo estamos abertos a
qualquer um que queira investigar nossos segredos, bastando para isso entrar em
nosso meio. Do mesmo modo que não queremos mostrar nossas roupas de baixo na
rua, mas se alguém quiser muito vê-las, terá que entrar em nossa casa, vê-las
no nosso guarda-roupa, gavetas ou no varal ou mesmo nos ver particularmente
usando-as. Assim também certas fórmulas que usamos, e isto já explicamos por
que razões.
Esse
exemplo humorístico pode ainda não se aplicar a necessidade que temos de ser
uma “associação secreta”, isto é, de (por enquanto) nunca termos revelado
endereços, ou ainda por não ser uma entidade registrada ou pelos iniciandos
terem aulas particulares e não se conhecerem. Realmente, e embora tudo isso
tenha uma razão de ser (mas não vem ao caso se alongarmos-nos nessas explicações
por agora), pode-se argumentar que somos uma associação secreta e que temos
mantido segredo sobre muitas coisas. Mas não é o caso de uma associação assim
ser secreta no sentido da palavra, fora de todo conhecimento, mas sim discreta.
E ainda mais que não queremos ter qualquer vínculo com a sociedade como um todo
para manter nossa independência de pensamentos e liberdade religiosa, nos
mantendo assim os guardiões dessa liberdade, seja qual for a situação dessa
sociedade ou país ou forma de governo. Se por exemplo uma medida do governo
proibir um determinado culto que nós, embora não o pratiquemos, consideramos lícito,
tais pessoas terão salvaguarda de seu culto em nossa associação da qual o
estado não saberá nada além do que queiramos expor aqui, nem saberá jamais quem
são seus participantes. Enquanto o ser humano em geral não se der conta que o
estado não pode restringir a liberdade individual, mas deve apenas justamente
salvaguardá-la terão que existir associações secretas. Pois quando o estado
parte do geral para o particular ele é um inimigo da população, ou seja, quando
sobrepondo ou oprimindo com determinações ou valores de uma minoria, ou
maioria, ou coletividade ao indivíduo é estado que não respeita a liberdade
individual nem de culto, embora discurse falsamente o contrário.
A
legitimidade e necessidade social de haverem ordens discretas tem como base o
exposto acima não apenas quando é um fato concreto, mas também em seu aspecto
preventivo, quando existe a possibilidade. Sempre ela existiu e sempre existe.
Muitos afirmam que não existe mais esse tipo de perseguição hoje e que não há
necessidade de associações secretas ou discretas ou não registradas pelo
estado. Tais pessoas esquecem que o estado é para nos servir e não o contrário.
Não temos obrigação de declarar ou registrar grupos religiosos ou esotéricos ao
estado. Se existe tal lei ela é injusta e deve ser derrubada onde quer que
exista. Mas vamos aos fatos.
Temos
exemplos desse tipo de intervencionismo estatal em estados socialistas ou comunistas,
como maior exemplo disso China, também Coreia do Norte, e em alguns estados
islâmicos. Nestes e em outros, pessoas têm sido mortas, presas e ou torturadas
por seguirem alguma religião que o estado não aprova. No Brasil temos a sempre
retornante tentativa, feita pela chamada “bancada evangélica”, de impedir ou
restringir em algum aspecto os cultos chamados afro-brasileiros. Podemos
incluir também a intolerância aos verdadeiros rastafáris, se eles fumam maconha
realmente por fazer parte de sua religião ou em seus cultos, por que o estado
teria o direito de impedir que eles plantem a erva e pior ainda, que consumam?
Temos ao longo da história várias perseguições e verdadeiros genocídios usando
como justificativa a religião ou escola que o estado não aprouvera. Citemos os
gnósticos, os cátaros e albigênesis, os templários, os judeus, os cristãos, os
rosacruzes, os illuminatis, etc.. No Brasil por vezes se conspirou entre os
governantes no sentido de perseguir, ou restringir, ou proibir, ou acabar com a
maçonaria, com os protestantes, com alguma denominação evangélica e com os
cultos afro-brasileiros. Hoje estão fazendo pressão sobre os parlamentos para
que sejam cobrados impostos das igrejas. Imposto sobre imposto, no país onde se
paga em media 40% de impostos sobre todo o ganho do nosso trabalho o estado é
um câncer, um parasita, que promete serviços de excelência gratuitos (e sabemos
que não existe nada gratuito) não os oferece ou oferece péssimos serviços,
cobra altos preços, maiores que qualquer serviço particular e tem os políticos
mais caros do mundo. Todo isso sabemos apenas para sustentar o intermediário de
tudo, o estado, que nada produz, mas apenas retira de nós para pagar si mesmo,
por sua suposta boa e necessária administração. Aos poucos o estado sufoca a
liberdade do indivíduo como um câncer, quando menos se espera tudo está tomado
e naturalizado mansamente.
Tal
estado é um inimigo do povo, da paz, da ordem e dos bons costumes. Prova disso
é a criminalidade sempre crescente apadrinhada pelo estado que protege os
direitos dos bandidos, mas não dos cidadãos honestos lesados por esses.
Existe
também, como já falamos, a necessidade de segredo em relação a algumas práticas.Cabe
lembrar novamente, em resumo, que seria muito perigoso se déssemos poderes a
pessoas moralmente despreparadas ou se revelássemos fórmulas de fabricar ouro a
gananciosos. Em pouco tempo haveria tanto ouro que o ouro não valeria mais nada
então o que fabricaríamos de grande valor para as nossas necessidades mais
elevadas? Estaríamos pobres e sem poder ajudar os necessitados.
Somos
médicos do mundo. Os seres estão alucinados, vítimas de suas ilusões, sofrendo
as consequências de suas ilusões. Nós somos terapeutas e fabricantes das
fórmulas de regeneração e cura. Nós somos enfermeiros, farmacêuticos e
fabricantes de remédios. Tais remédios não podem ser revelados ao profano por
três fatos simples: ele não sabe e nem concorda que está doente, não quer
remédio; o remédio sendo dado a uma pessoa em dose que não seja adequada é um
veneno, a cada pessoa cabe uma dose exata, uma quantidade a mais ou a menos se
torna um veneno para a própria pessoa que não sabe a dose adequada; tal remédio
causa delírios muito maiores quando não são usados por pessoas que vêm fazendo
um longo tratamento para suportar a substância e o remédio perigoso é exatamente
como um veneno para pessoas homicidas ou suicidas, estes fariam invariavelmente
mau uso do remédio, seja para matar outros ou a si mesmos.
Aqui
temos exatamente isso, remédios, alguns gerais, outros específicos e alguns
poucos bem específicos e muitos perigosos que só podem ser tomados depois de
outros e de longa terapia e preparação física para isso. Tomá-los sem tais
precauções significaria a ruína completa. Assim tais remédios são bem particulares:
só aqueles que vêm acompanhando todo o tratamento, com a terapia e receituário
adequados, é que têm a imunidade desenvolvida para tomar os remédios
mais fortes. Isto é o trabalho do alquimista.
Alquimistas possuem três tesouros: o elixir da longa vida, que
aumenta a saúde, a vitalidade e o tempo de vida; a pedra filosofal que
transmuta os metais impuros em ouro; e a sabedoria, elemento sempre esquecido
ao citar os alquimistas. Porém, esta não é uma sabedoria comum, mas a autêntica
gnosis, a verdade. Buscar a sabedoria ou a verdade é um pré-requisito neste
caminho. O insincero; o que busca vantagens, riquezas, fama ou poder; o
fraudador, o magico, o enganador, estes não podem ter acesso a tais segredos.
Melhor ainda, eles não devem sequer saber de sua existência. Este tipo deve ser
afastado antes mesmo que se aproxime, não queremos nos dar ao trabalho de
convencê-lo a se retirar, queremos que não se aproxime enquanto não mudarem
suas prioridades. O caminho oculto não é para todos, para todos existem as
inumeráveis religiões. O caminho ocultista é um caminho apenas para sinceros
trabalhadores terapeutas. Veja que são três elementos indispensáveis nessa
formula: sinceros, verdadeiros, que não tem medo da verdade; trabalhadores,
pessoas de ação, muito esforçados, assíduos, incansáveis; e terapeutas, não
trabalham e aprendem apenas para si mesmos, mas para o bem da humanidade
doente, para reais mudanças, cura, despertar, felicidade, liberdade.
Por isso, certas práticas tem que ser protegidas da cobiça do
vulgo. Por isso também o não iniciado é chamado profano, pois ninguém sabe o
que esperar dele. Ele pode ser um estudante, um pesquisador, até que entenda,
que compreenda, o processo no qual está imerso, e se comprometa com um caminho
superior, atitudes superiores, que inspire confiança e que tenha um embasada
confiança em nós através do compartilhar um anelo, um fito, e um caminho comum.
Então ela se torna uma soror (irmã) e ele um frater (irmão) na grande
fraternidade da ordem cósmica da luz. Isto não como um mercado ou um templo
onde se entra e sai quem quer que seja, na hora que quer, sem ter
necessariamente que conhecer ninguém nem falar com ninguém. Isto é uma
irmandade, uma confraria, uma fraternidade, uma sociedade, uma congregação, uma
aliança, de pessoas que se entendem, se respeitam, que confiam mutuamente umas
nas outras, que comungam um trabalho numa direção.
Sobre os ensinamentos herméticos desse círculo (O.H.E.O.)
ainda temos a acrescentar que não se limitam aos ensinamentos de Hermes
somente, é claro, nem somente à alquimia, mas aos ensinamentos, chamados herméticos,
de várias ordens, tanto antigas como recentes, uma familiarização aos
conhecimentos ocultos ou da ciência do oculto. Ainda significa o acesso a
certos textos sagrados e práticas originais antigas e recentes que vão
constituir a base dessa terapia, a base do despertar. Para isso temos que ser
bastante exatos específicos e não, como pensam muitos, ser generalistas,
fazendo apanhados gerais intelectuais que não servem para nada além de
conhecimento (partes fragmentadas) para inflar o ego. Esses conhecimentos
específicos já são bastante extensos e necessitam de aprofundamento. A
superficialidade nos conduz a pouco resultado. Então depois de um primeiro apanhado
geral de informações centrado nas primeiras práticas já começamos a aprofundar
os conhecimentos. Por isso só o primeiro grau é introdutório em teoria, o resto
é graduação, ensino superior. Assim o estudante já deve ter acesso a
conhecimentos de primeira mão e desenvolver-se conforme o nível de seu estudo,
prática e comportamento. Então conhecimento hermético também significa aquele
que a pessoa adquire através da sua própria experiência, que testa e
experiencia por si mesmo, que vê por si mesmo, que não pode ser mostrado a
outro ou por outro. É eminentemente o conhecimento oculto.
Agora comecemos já
algo secreto, como dizem, que vem desde os primeiros graus: a palavra Estrela se refere a algo que não
revelamos, que está na primeira iniciação, antes de entrar para a ordem ele
deve receber essa iniciação cientifica experimental básica. Básica porque serve
de base para a exatidão de todos os conhecimentos que virão a segui, pois
consiste num primeiro despertar da consciência através de certos procedimentos
(não pense que devido à ingestão de substâncias, mas exatamente através de
certos exercícios concentrados, físicos e psíquicos).
A primeira explicação sobre o sentido da palavra estrela
já ilustrará bem a necessidade de alguns “segredos”. Não podemos revelar o
significado dessa palavra completamente, pois o principal significado aqui é um
esclarecimento que só vem como resultado do sucesso na primeira prática. O
aspirante será submetido então a uma série muito extensa de perguntas sobre detalhes
dos resultados entre os quais descreverá um fenômeno pelo qual saberemos se
atingiu o esperado, isto é, se a prática surtiu o total efeito esperado estará,
um tal efeito que o deve acompanhar cada vez mais em sua jornada. Este
resultado, portanto, é um sinal através do qual sabemos se o iniciando está ou
não progredindo e se a primeira prática resultou completamente como esperado ou
não. Existe portanto um conjunto de sinais pelo qual podemos avaliar
objetivamente o progresso mental do candidato. Esse conjunto de sinais só é
revelado a ele na iniciação de fato, ao final da graduação. Pois se
revelássemos antes, ou se disséssemos abertamente a todas as pessoas, elas
poderiam muito bem mentir ou simular a respeito deles e enganar o avaliador.
Por isso vários sinais que sabemos certos no experimento devem ser conhecidos
pelo avaliador, mas não pelo avaliado. Após sua graduação ele saberá entre
tantos dos sinais que descreveu quais deles foram usados para medir seu
desempenho.
Assim
esta primeira série de graus de formação poderia até ser chamada de formação da
estrela se referindo a esse conjunto de sinais (que só nós sambemos).
Estrela
também significa Estrela do Oriente,
do Ocidente ou do Oeste. Como assim? Oriente e ocidente
não são opostos? Perguntarão alguns. Mas qual é a estrela do ocidente e do
oriente? Ora, o Sol é uma estrela que translada do oriente ao ocidente e na
verdade não faz esse percurso, nós é que a percebemos assim, mas nossos
sentidos nos enganam, pois é a terra que gira em tono de si mesma. Se o
aspirante após estudos e práticas não entender todo o significado desse símbolo
escrito na natureza, podemos dizer que ele não é capaz de entender coisa
alguma. Esse é um outro sinal, mas que nós podemos revelar. Sua inteligência
pode já ter ou não essa compreensão agora, mas nos perguntaremos os significado
disso no começo e no fim da graduação. Se sua compreensão cresceu ou despertou
mais um pouquinho ou dominou os conhecimentos, seu entendimento do significado também
terá ido mais além. Já poderá até ser outro ou ter outros significados
agregados.
Outra
coisa que a Estrela significa, ainda nessa mesma perspectiva, é todas as
estrelas, afinal a terra está girando. Todas as estrelas são do oriente e do ocidente.
Esse é o sentido. E qual o significado simbólico disso? Qual o sentido disso em
nosso curto dia, a vida que encontra sua noite na morte?
Também
Estrela é o cento do universo e ou todo o universo é uma estrela. Quando o
universo implodir será uma estrela negra e quando explodir será uma estrela de
uma luz inimaginavelmente intensa. Significa que o mesmo acontece conosco, que
no nosso aprendizado iniciático vamos partir do conhecido para o desconhecido,
que conhecendo melhor e interpretando as coisas que aparentemente nos rodeiam e
às quais nos sentimos familiarizados é que mais fácil conheceremos o desconhecido,
o que está por trás delas. Significa também, de outra forma, que conhecendo melhor
a nós mesmo conheceremos melhor o universo e tudo; e que conhecendo o universo
conheceremos melhor a nós mesmos. É um dos sete princípios herméticos e o mais
famoso, “assim como é em cima é embaixo”.
Estrela
também significa aquele que virá. E é claro que aqui também há um significado
oculto (ou vários): a verdadeira natureza do aspirante que se manifestará, a
mente ou inteligência original, própria, pura, que ele conhece no final do
processo, à qual se integrará, se tornará um com ela, o Pai interno, o Cristo
íntimo, o Buddha-datu. Assim aquele que virá também significa aquele que sempre
foi, que é e que sempre será, o primogênito. Enquanto não reconhecemos nosso
Pai somos como o filho perdido.
Nesse
processo, e até chegar ao seu fito, conheceremos diretamente mais coisas,
conheceremos vendo por si mesmos, mas chegaremos ao nível em que até mesmo da
ignorância obteremos conhecimento. Esta é uma das capacidades mais avançadas.
Enfim: tudo e qualquer coisa nos fornecerá conhecimento, caminho para o
despertar, revelação, significado e conhecimento direto. Como uma estrela que é
luz e ilumina a escuridão e até mesmo quando é trevas, uma anã negra ou um
buraco negro, para o desperto revela conhecimento, esclarecimento, luz. Uma
estrela que guia, que mostra sempre a direção correta, pela qual sempre
retornamos ao caminho. Nos temos uma estrela dessa também em nosso microcosmo,
dentro de nós mesmos.
Tudo
é luz e não há nenhuma escuridão, nós é que não captamos ainda as luzes mais
sutis, tudo é uma imensa estrela. Um eterno e pulsante sol. Este é o
significado de estrela. Espero que claro, que estejas esclarecido.
Dos esclarecidos significa a formação ocultista ou hermética dos três ou quatro
primeiros graus. Esta formação não é comum, apenas intelectual ou apenas com
experimentos preparados, mas sim uma graduação onde o estudante vai ter que ler
e pesquisar tal como seus professores fizeram e apresentar algo novo, não é
simplesmente orientado em uma certa direção, ele deve descobrir por si mesmo, e
comprovar por si mesmo que essa é a direção correta, não podemos simplesmente
dizer para ele e esperar que acredite como fazem as universidades. O estudante
vai ter que aprender a confiar em nós e nós vamos sempre dizer que não acredite
só porque estamos dizendo, que não acredite em nós, que comprove. E nós o
provaremos, se ele for digno passará, se ele provar para si mesmo ele confiará
em nós naturalmente. Mas se ele tentar por muito tempo e não conseguir ele irá
embora ou fingirá, mas saberemos que ele está mentido e que está simplesmente
crendo, então o provaremos de novo e de novo sem nada dizer. Enfim só restam
dois caminhos ou ele descobre por si mesmo ou vai embora. Os esclarecidos são
poucos, poucos têm força de vontade e valorizam uma amizade sincera e amorosa.
Nós somos amigos de verdade de nossos estudantes, não dizemos tais coisas como
“se você está feliz assim então está ótimo”, não, se ele acerta congratulamos,
mas se ele erra dizemos “está errado, tente outra vez” ou “faça assim, pois
esse é o modo certo” e se ele acertar saberemos, se ele errar saberemos, se ele
não fizer nada saberemos. Assim a formação é muito mais do que a distancia de
um orientador e um formando. O professor tem que ser de um certo tipo, ele tem
que saber ser naturalmente amigo, sem forçar, simplesmente ser, e o formando
tem que ser um pesquisador como que tentasse ir além do seu professor, tem que
saber tudo que o professor sabe e mais alguma coisa e tem que descobrir algo,
tem que apresentar algo novo, então e só então ele estará pronto. Sim, pois
conseguiu absorver tudo que era preciso, descartar os obstáculos e ir além. Ele
só pode ser esclarecido se seu professor for um esclarecido. E, novamente,
esclarecido significa não só conhecedor, mas conhecedor experiente e maduro.
Isto
é tão importante que merece um paragrafo à parte, são três elementos que
significam o esclarecimento ao qual nos referimos, esclarecido significa
conhecedor, experiente e maduro.
No
estudo de graduação significa principalmente que nós citamos nossas fontes
claramente para que qualquer um confirme, pesquise, investigue por si mesmo. E
essas fontes só podem ser as primordiais ou embasadas nelas. Todas as escolas
apresentam livros e práticas, mas nem sempre elas revelam as fontes originais
de tais práticas, e algumas vezes sequer possuem ou apresentam edições de seus
livros sagrados. Nós, ao contrário, nos dedicamos a estudar diretamente nessas
fontes, não em comentários ou explicações posteriores, nem em desenvolvimentos
ou derivações posteriores nem em supostos mestres que presentam tais ideias ou
tais práticas como se fosse sua própria invenção ou descoberta.
Ao
final da formação cada pessoa se torna um esclarecido nos sentido de conhecer o
fundamental das escolas ocultistas e herméticas. Fundamental, quer dizer o que
mais compete para levar ao bom resultado como um todo e aos objetivos mais
elevados da existência humana, a saber, despertar, para ser uma luz para o que
não enxerga, bem como um médico que cura; esclarecido também se refere a esse
esclarecimento das fontes fidedignas, garantidas, confiáveis; significa que o
praticante sabe de onde vem o que está praticando e pode dialogar com
diferentes tradições sem aquela arrogância dos ignorantes que acreditam que
estão num movimento futurista, ou “nova era”, ou grande síntese, que supera
todas as outras coisas que teriam ficado para trás, pois esta é uma das
principais marcas da ignorância. Há também pessoas que se assoberbam na sua
ignorância e usam frases como “religião não se discute”, “tudo não passa mitos
primitivos” ou “a religião tem base no medo do desconhecido” entre outros
chavões. Sabemos que a religião se constrói justamente no diálogo, na discussão e se assim não fosse não haveriam tantas seitas diferentes baseadas nos mesmos
livros sagrados. Somos esclarecidos em relação a esses dois tipos de pessoas e ao
comum da humanidade, não porque temos um diploma ou títulos, mas sim porque
humildemente nos debruçamos sobre muitas obras de várias tradições e lemos
muitos textos autênticos, não de explicadores e comentadores ou livros
didáticos, mas gastamos horas e horas do nosso tempo em leitura, estudo e
experimentação prática, para saber do que estamos falando de modo fundamentado.
Não nos baseamos em meros raciocínios ou conjecturas especulativas nem em
crenças infundadas. Assim somos os professores de religião e de ocultismo da
humanidade, ao mesmo tempo que somos médicos dos grande males que afligem a
humanidade, a saber, a ignorância, o sofrimento e as visões errôneas. Somos
como que os pais da humanidade que são para nós como crianças que em sua
ignorância brincam numa casa em chamas distraídas com suas fantasias e
brinquedos como mostra o famoso Sutra do Lotus.