Posição
Na
meditação sentada o mais importante é manter a coluna ereta sem esforço, isto é,
não deve haver nenhuma tensão para mantê-la assim, ela deve estar em ponto de
equilíbrio e não sustentada por contração muscular. Diz-se que suas vértebras
devem estar equilibradas como uma pilha de moedas. Para isso pode-se usar a
posição de lótus ou meio lótus, ou uma cadeira ou um banquinho especial, em
todos com exceção do banquinho que já tem uma inclinação apropriada é importante
ter um apoio que empurre o corpo para frente equilibrando exatamente a força
com que as pernas o empurram para trás. É fácil conseguir isso dobrando uma
almofada e colocando esta ou qualquer outro apoio confortável exatamente sob a
base do sacro. As mãos podem acompanhar a posição do lótus ou simplesmente relaxar
sobre as pernas numa posição que não tencione os braços nem os ombros. O importante
sobre elas é que fiquem numa posição que permitam os ombros não arquearem para
frente, mas sim ficarem um pouco para trás relaxados, sem contração permitindo
uma respiração natural e ampla. Para isso é melhor que as palmas fiquem para
cima cruzadas uma sobre a outra junto ao abdômen (tradicionalmente os budistas
usam a direita sobre a esquerda e os polegares se tocando levemente).
Concentração na respiração
Podemos
voltar nossa atenção para a sensação provocada pela entrada e pela saída do ar
nas narinas ou um pouco abaixo delas ou mesmo no lábio superior. A respiração
deve ser natural e a concentração também isto é não demais forçada, rígida,
contraída, nem negligente, relaxada demais. Pode-se dizer que dividimos a força
da atenção: aproximadamente 50% dela sempre na respiração, distrações vão
ocorrer, assim que as percebermos nos damos conta delas e voltamos à
respiração, sem conflito, angustia, nem tensão alguma; aproximadamente 25% se
ocupa das funções corporais: corrigindo a postura e abandonando as tenções;
notando as sensações físicas e se elas causam prazer, desprazer ou se são
neutras; notando a temperatura, os movimentos, os reflexos, os batimentos do
coração, etc. O restante se ocupa com o que ocorrer na mente e nas formações
mentais simplesmente notando o que está acontecendo.
Vigilância do que ocorre
Geralmente
correm pensamentos, emoções, lembranças, imaginação, sono ou sonhos, desejos,
gostar ou desgostar, ansiedade, dispersão, etc. Mas não acompanhamos tais
manifestações, simplesmente notamos seu aparecimento e observamos, se possível,
seu surgimento, seu desenvolvimento e seu fim ou sua ausência, sem nos
identificarmos com elas.
Atitude de não seguir, soltar e
sempre retornar
Ao
surgirem tais fenômenos em nossa mente devemos estar atentos à sua manifestação
e observamos seu aparecimento, desenvolvimento e desaparecimento, sem
agarrá-las, sem acompanhá-las, sem segui-las, mas sempre soltando, abandonando,
deixando irem-se e retornando à respiração. A concentração estável na
respiração é o que proporcionará ver mais claramente essas manifestações,
funções e tudo que ocorrer. Por isso devemos vigiar para não desviar a maior
porcentagem da atenção para elas, mas manter a atenção na respiração.